Domingo da nova justiça

A Primeira Leitura nos mostra que duzentos anos antes de Jesus nascer, houve um homem chamado Ben Sirac. Ele fez sérias críticas a certa mentalidade espalhada entre o povo que afirmava que o pecado era inevitável e que Deus não se preocupava com a gente. Em oposição ao fatalismo, tão freqüente no Oriente, ele afirma a liberdade da pessoa humana.
 
Na Segunda Leitura, frente à cultura grega, conhecida no mundo inteiro por sua sabedoria, Paulo apresenta a sabedoria das comunidades cristãs. Para isto, ele vai usar a palavra “mistério”, no sentido de um plano revelado.
 
O Evangelho de Mateus foi escrito aproximadamente nos anos 80 d.C. O objetivo de Mateus é mostrar que Jesus é o verdadeiro continuador do judaísmo. Jesus é comparado com Moisés e com o Rei Davi que são duas grandes figuras da Bíblia.

Ele é o verdadeiro Messias. O texto de hoje mostra claramente a novidade da pregação de Jesus em relação à lei antiga. Jesus não quer apenas polemizar, mas apresentar uma nova proposta. Qual é a sua proposta?

Como dar um passo para viver a lei segundo o coração e não de um mero legalismo. É preciso ir além da lei, pois nem tudo que é legal é justo. A justiça do Reino dos céus, do reino de Deus vai muito além. Três passagens da Bíblia: o mandamento não matar, de não cometer adultério e de não jurar.

Conclusão, eu não vim revogar, mas vim cumprir a lei, diz Jesus no Evangelho de hoje. Não se trata de abolir ou acrescentar algo à lei. Para a comunidade cristã, entrar no Reino significa passar por Jesus que cumpriu a lei e a levou à sua perfeição.

A lei e os profetas não deixam de existir. Manifestará sempre a vontade de Deus, Senhor da história, que iniciou uma aliança com o seu povo e a resposta a essa Aliança se dá justamente na fidelidade à vontade de Deus inscrita na lei e nos profetas. No entanto a justiça nova é maior do que a antiga e Jesus ultrapassa os limites da lei judaica pelo seu amor até o fim. Por seus ensinamentos, morte e ressurreição, Jesus se tornou a vida da lei e dos profetas. Para a nova justiça que se baseia no amor verdadeiro, sem hipocrisia.

Que o Senhor nos dê a grandeza do seu Espírito para nunca nos acomodarmos ao que foi dito aos antigos, mas percebermos o que está sendo dito para nós agora. Que ele abra os nossos corações.

Atenciosamente,
Pe. Francisco Ivan de Souza
Pároco do Santuário de Fátima

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