Esta dinâmica tem como objetivo fazer com que o grupo conheça as suas relações internas, isto é, perceber quem o grupo sente mais próximo de quem, e quem é percebido mais longe de quem. Para a realização da dinâmica são necessários alguns materiais: um pedaço de cartolina para cada um dos participantes, canetas apropriadas para desenhos e algum lugar onde estas cartolinas possam ser afixadas. Cada um dos participantes recebe um pedaço de cartolina e uma caneta. Nela cada qual deve se desenhar a si mesmo, mas de uma maneira tal que depois possa ser recortado em contornos, formando uma espécie de boneco. Cada um coloca o seu nome em seu boneco. Quando todos já tiverem confeccionado o seu desenho e recortado o seu boneco, o coordenador convida a todos para irem para a frente do mural onde serão afixados os desenhos. O coordenador deve colocar a seguinte situação: imaginemos que vamos tirar uma fotografia de nosso grupo. Como seria organizadas as posições das pessoas nesta fotografia? Aleatoriamente o coordenador convida alguém para ser o primeiro a colocar seu boneco afixado na parede. Um após o outro, todos devem afixar o seu boneco na parede, mas sempre em consenso com o grupo, isto é, o grupo deve ser perguntado onde coloca o boneco. O dono do boneco também deve dar sua opinião, se nesta posição está bem, onde ele acha que ficaria melhor. Em cada vez que se afixar mais um boneco, pode-se também mexer com outro que já estejam afixados. Por exemplo, pode-se afastar dois bonecos para colocar outro no meio. A composição final da montagem do grupo na parede deve ser mais ou menos de consenso. Ou seja, cada um deve sentir-se pelo menos à vontade onde foi colocado. Tendo alcançado este estagio, o coordenador deve iniciar a reflexão sobre as relações internas do grupo. A partir da formação feita na parede, deve-se refletir sobre o porque de cada um ter sido colocado naquela posição, perto de quem está cada qual, quem foi colocado à margem, quem foi colocado no meio, quem foi posto à frente. Importantíssimo: esta reflexão não deve ter nenhum tom de avaliação, nem de correção. O coordenador deve deixar bem claro que a formação que resultou na parede é em boa parte o reflexo da realidade. A partir deste reflexo, pode-se levar o grupo a pensar sobre a importância de se estar consciente de que somos parte de um grupo e que neste grupo nem todos têm a mesma ligação com todos. Cada qual está mais próximo de alguém e mais longe de outro. As relações internas entre membros de um mesmo grupo, seja melas distantes ou próximas, não são também necessariamente harmônicas. Se o coordenador souber de tensos dentro do próprio grupo, este assunto deve se abordado, mas não de forma nominal. Do mesmo modo deve ser abordado o fato de que as relações são de níveis diferentes: há relações de profunda amizade, há relações de confiança, há relações de coleguismo, há relações afetivas e amorosas, há relações explicita e outras veladas... Relações são também dinâmicas. Elas mudam por diversos motivos: a formação que se tem hoje no grupo pode não ser necessariamente a mesma de amanhã. Muitos são os motivos que levam a mudanças de relações num grupo. O final da reflexão deve ser bem conduzido pelo coordenador para que não reste nenhum ressentimento da dinâmica, mas que todos tenham percebido que esta reflexão contribuiu para o crescimento do autoconhecimento pessoal e grupal. Mesmo com este cuidado, no caso do coordenador perceber que alguém tenha guardado algum ressentimento, este assunto deve ser abordado então em conversa pessoal.
Retirado do Livro Dinâmicas para encontros de Grupo – Ed. Vozes
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