É certo que o Senhor
destinou graças especiais aos membros da Sagrada Família, tanto de forma
individual – Maria e Jesus nasceram sem a mancha do pecado original, José tinha
o dom de ser informado, por Deus, sobre um acontecimento, por intermédio de
sonhos – , como também de maneira coletiva, na composição do ambiente familiar
– o cuidado da divina providência para com suas vidas e no âmbito material.
Contudo, engana-se quem
pensa que, por terem esses favores do Pai, era mais fácil para Jesus, Maria e
José terem uma vida exemplar de santidade, como se para desenvolverem a missão
que o Altíssimo lhes havia confiado “uma ação divina os desobrigava de maiores
esforços humanos, lhes diminuindo a exigência, fadiga ou iniciativa…algumas
vezes lhes foi exigido serem canais de vigor e conforto para outros, foram
contrariados e provados em seus planos e também em seus instintos humanos”
(Trecho do livro “Maria, humana como nós”, pág 28 e 29). Jesus depois diz “a
quem muito for dado, muito será exigido” (Lc 12, 48).
Estou dizendo tudo isso
a você para mostrar que Deus também lhe deu dons naturais e sobrenaturais e que,
para que sua família tenha êxito no amor, serão requisitados de sua parte
esforço, lágrimas e, quem sabe, algumas decepções, mas é possível tornar sua
família, seja lá como esta estiver, uma família sagrada.
Então, aí vão alguns
pontos para começarmos a refletir sobre isso e a fazer a nossa parte, para que
a nossa família seja um reflexo da Sagrada Família de Nazaré nos tempos de
hoje.
-
Introduzir a família em Deus.
José e Maria eram
engajados nos preceitos da lei, mas principalmente no amor ao Senhor, já antes
de se conhecerem. Caso não tenha sido assim com vocês, é preciso iniciarem uma
vida de oração e de intimidade com Deus. Se não for possível orar todos juntos,
orem apenas marido e esposa, ou ore só você pelos seus, mas comece a fazer isso
para nunca mais parar.
Deus dá a sabedoria e o
discernimento em nosso agir e falar, então, uma hora conquistamos as pessoas
para o Senhor por intermédio do nosso testemunho e amor.
-
Nas crises, decidir pelo bem uns dos outros.
Ao saber da gravidez de
sua noiva, José deve ter imaginado que ela o tenha traído, e a lei dos judeus
condenava à morte a mulher que assim procedesse. Entretanto, mesmo sentindo-se
injustiçado, a intenção desse homem de Deus foi de garantir a vida da pessoa
que ele amava e de uma criança inocente.
Que toda decisão, entre
pais e filhos e entre esposos, mesmo os “nãos”, seja de amor e nunca por
qualquer outra motivação.
-
Confiança na Divina Providência.
Os sonhos de São José,
a visita de Maria à sua parenta Isabel, deixando tudo às vésperas do seu
casamento, a fuga para o Egito no meio da noite, tudo isso nos deixa
transparecer que a Sagrada Família era incondicionalmente abandonada aos
cuidados da providência de Deus. Eles confiavam suas vidas ao Senhor no âmbito
financeiro-material, social (não se importaram com o que diriam deles a
respeito da gravidez) e ministerial.
Trabalhavam e muito,
mas tinham em mente “não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem
pelo vosso corpo, pelo que vestireis” (Mt 6, 25).
-
União; lutar uns pelos outros.
Quando Jesus se perdeu
no templo, Maria e José voltam a Jerusalém juntos. Um não culpou o outro
tentando encontrar um erro, mas ambos se uniram em prol da solução do problema.
Se um membro da sua
família está se perdendo, é importante que toda a família se una em oração e
ação para trazê-lo de volta.
Também é bonito ver
quando todos concentram esforços para que um familiar estude e para promoverem
os projetos uns dos outros. A família existe também para somarmos nossas
forças.
– Ensine seu melhor para seus filhos.
De José, Jesus herdou a
profissão de carpinteiro, e de Nossa Senhora, experiências em trabalhos que Ele
conheceu em sua própria casa: “o sal é bom. Mas se perde o seu sabor, com que
há de salgar?” (Lc 14, 34). Veja ainda outras atividades que Ele atribui como
trabalho de mulheres em Mateus 13,33 e Lucas 15,8. “A sociedade da época não
permitia que o homem realizasse tais trabalhos, mas Jesus, no mínimo, observava
bem Sua mãe” (Trecho do livro “Maria, humana como nós”, pág. 113). Isso é se
Ele também não a ajudava!
Seus filhos precisam
muito mais de sua presença e de seus ensinamentos de vida do que de bens ou
itens de conforto material. Acredite!
E assim, inspirado
nestes passos, que, neste fim de ano, no Dia da Sagrada Família, Jesus, Maria e
José venham trazer o dom da alegria em sua casa. Uma alegria que não é fruto de
risos ou da satisfação por presentes, mas da felicidade forjada na esperança.
Que seu coração vislumbre para 2015 tudo aquilo que você e sua família podem
ser. Tudo aquilo que é projeto do Pai para todos os seus.
Feliz Ano Novo!
Sandro Arquejada
Missionário da
Comunidade Canção Nova
Nenhum comentário:
Postar um comentário