Desde o primeiro domingo do
Advento, os católicos brasileiros vivem o Ano da Paz. Aprovado por unanimidade
durante a última Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), o período de reflexões, orações e ações sociais se estenderá até o
Natal de 2015.
O Arcebispo de São Luís (MA) e
Vice-Presidente da CNBB, Dom José Belisário da Silva, afirma que o Ano da Paz é
um convite para reflexão sobre os motivos de tantos acontecimentos violentos.
“Está na hora de a sociedade brasileira dar passos no sentido de buscar uma
harmonia maior no relacionamento humano. Os nossos relacionamentos estão muito
degastados”, ressalta.
Dom Belisário manifestou a
preocupação da entidade com o nível de violência da sociedade brasileira. Para
ele, é uma questão complexa que envolve herança histórica, injustiça estrutura,
tráfico de drogas e exclusão “de uma camada grande da sociedade”. “Isso tudo
tem colaborado para termos essa sociedade tão violenta que a gente está”,
disse.
De acordo com os últimos dados do
Mapa da Violência, mais de 56 mil pessoas foram assassinadas no Brasil em 2012.
Os jovens são os principais afetados neste contexto, somando mais de 27 mil
vítimas naquele ano.
O Bispo Auxiliar de Brasília e
Secretário-Geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, afirmou que as relações
mais próximas, na atualidade, encontram dificuldade de manterem-se vivas e que
há uma violência generalizada. “Violência que se manifesta na forma da morte de
pessoas, na falta de ética na gestão da coisa pública, na impunidade. A
violência, a falta de paz, provêm do desprezo aos valores da família, da escola
na formação do cidadão, do desprezo da vida simples”, explicou.
Para celebração do Ano da Paz,
serão aproveitados os meses temáticos do Ano Litúrgico, como os meses
vocacional, da Bíblia e da missão. “Vamos refletir durante o ano sobre o porquê
da violência e sobre a necessidade de uma convivência fecunda e frutuosa. O Ano
Litúrgico nos oferece oportunidades para pensar sobre a paz e a realidade da
violência”, lembrou Dom Leonardo.
O Vice-Presidente da CNBB
considera que as comunidades devem ser criativas e propor as iniciativas
conforme a realidade de cada uma. “A gente quer no Ano da Paz que rezemos,
reflitamos, peçamos a paz… Um momento forte de evangelização, de reflexão, de
pergunta ‘por que está acontecendo tanta violência?’”, sugeriu.
Fonte: CNBB
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