2º Domingo do Advento

Na primeira leitura, é lembrado o exílio da Babilônia. O profeta anuncia o retorno, já próximo, ao povo de Israel, desolado pela perda de sua autonomia e pela destruição de sua identidade. O texto traz uma mensagem de alegria que o Senhor pronuncia pelos lábios de Isaías. A citação do profeta é recolhida no Evangelho de Marcos na aclamação do Evangelho: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para ele” (1,2).

Este mesmo versículo é aproveitado na aclamação ao Evangelho, mas com a versão de Lucas: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para ele”. (…). É chave de leitura do Evangelho deste domingo. Não se trata apenas da iminência do Reinado de Deus na pessoa de Cristo, num momento histórico preciso, mas na percepção de sua chegada por parte dos que o aguardam e estão atentos à sua palavra permanentemente, sintonizada, assim, com a espiritualidade típica do Advento. Isso é confirmado pelo Salmo Responsorial que nos traz como refrão: “Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade e a vossa salvação nos concedei”, coincidindo com o teor do versículo aleluiático.

 A segunda carta de Pedro é uma mensagem aos que esperam com anseio a vinda do dia de Deus. A eles cabe uma vida reta e não tortuosa. O caminho aplainado e anunciado pelo profeta é a própria existência no mundo.

À medida que Deus vem no Cristo, a vigilância nos insere numa maneira diferente de se portar diante da vida. Ouvidos e olhos – os sentidos de recepção e acolhida – tornam-se mais atentos que façamos a experiência do cumprimento de suas promessas e sejam inaugurados “novos céus e uma nova terra” (3,13).

No Evangelho encontramos o prólogo de Marcos: “Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (1,1). Temos assim as bases fundamentais para compreender com maior profundidade o anúncio da Boa-Nova do Reinado de Deus que se desenvolverá ao longo da narrativa de Marcos. É um começo que abarca o livro inteiro, pois, todo o Evangelho segundo Marcos deve ser ouvido como boa notícia sobre Jesus Cristo.

Marcos não relata nada sobre a infância de Jesus, mas, por intermédio de João, apresenta Jesus adulto, em seu ministério, marcado por conflitos e muita esperança para o povo. Nem todos entendem a missão de Jesus. Muitos a rejeitam violentamente. Um drama começa logo no início e se manifestará no mistério final da sua morte e ressurreição.

Marcos deixa claro que tudo o que vamos encontrar nesse livro é apenas o começo. O evangelista diz que percorrer o caminho que leva a Jesus é estar disposto a começar, a repreender. Os discípulos precisam de muita iniciação e abertura de coração. Por isso, Jesus, após a Ressurreição, os manda para a Galileia, lugar onde iniciou a sua atividade libertadora. É aí que poderão encontrá-lo.

Galileia é onde estão os marginalizados. Com isso, Marcos nos garante que se quisermos encontrar Jesus e degustar a boa notícia que Ele é e traz, precisamos recomeçar sempre a partir dos empobrecidos e marginalizados da sociedade, aprendendo com suas esperanças e lutas.

Então, a boa notícia é a pessoa e ação de Jesus, chamado de Cristo, Messias, e Filho de Deus. Essa afirmação estrutura o Evangelho de Marcos e se encontra no início (1,1), no meio (8,29) e no final. Os que acolhem a proposta de Jesus são convidados a fazer a mesma constatação do evangelista, de Pedro e do oficial romano, declarando que Jesus é o Messias.

Os moradores da Judeia e da cidade de Jerusalém que procuravam João no deserto, para ouvir a sua mensagem e receber a motivação para o arrependimento, insatisfeitos com as liturgias penitenciais do Templo, ouvem agora aquela voz no deserto, que anuncia a Jerusalém é às cidades a Boa-Nova da chegada do Messias.

Diocese de Limeira

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