Uma das maiores
dificuldades de quem faz o propósito de iniciar uma vida de oração é a
perseverança
Começar não é fácil, e
persistir na decisão é ainda mais difícil. Todas as decisões na vida necessitam
de disciplina, caso contrário, estão condenadas ao fracasso. Na vida de oração
não é diferente. A mesma requer: disciplina, perseverança e fidelidade.
O primeiro passo é
adquirirmos a consciência da importância da oração em nossa vida espiritual.
Sem uma vida orante, nossa alma desfalece. E quando isso ocorre, perdemos-nos,
em primeiro lugar, de nós mesmos. Em segundo lugar, perdemo-nos de nossos
irmãos e irmãs. E em terceiro lugar, de Deus.
Deus permanece fiel ao
nosso lado. Nós, contudo, nos afastamos dele e de Sua presença. E uma vez
afastados, peregrinamos sem rumo. Não sabemos para onde caminhamos nem qual a
direção correta para os nossos passos. Uma vida de oração fecunda nos devolve
ao porto seguro de nossa caminhada espiritual: o próprio Deus.
Adquirida essa consciência
da importância da oração na vida espiritual, seguimos para o segundo passo: a
decisão de orarmos. Esse passo é também difícil. No início, vão surgir mil e
uma coisas mais importantes a serem feitas. A decisão requer coragem para
avaliar quais são as verdadeiras prioridades para nosso bem estar espiritual.
Muitas demandas da vida diária, que antes não eram tão importantes, surgiram
como necessitadas de prioridades urgentes para o momento presente. Diante
desses conflitos humano-espirituais será preciso parar, olhar com calma a
realidade presente e decidir o que é mais importante para a alma naquele
momento.
Uma vez decididos a
dedicar um momento do dia à vida de oração, seguimos para o próximo passo: a
escolha do tempo de oração. Para quem nunca cultivou uma vida assim, é preciso
prudência e discernimento. No momento do impulso, poderão surgir decisões
precipitadas. Muitos começam sua vida de oração com um hora diária e, depois de
5 dias, estão desesperados e não conseguem ficar nem mais um minuto em oração.
É preciso equilíbrio quando o assunto é tempo. Não adianta começar uma rotina
de oração com uma hora se ainda não está acostumado a rezar nem vinte e cinco
minutos sozinho. Um bom tempo para se reservar, neste primeiro momento, é vinte
minutos diários de oração. Antes vinte minutos bem rezados que uma hora de
eterno desespero.
Comece com vinte
minutos diários e, com o tempo, se sentir necessidade, aumente gradativamente
este período. No entanto, este processo tem de ser realizado com muita calma e
tranquilidade, respeitando seu ritmo interior e seu progresso espiritual.
No próximo artigo
continuamos com as dicas!
Padre Flávio Sobreiro
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