Meus irmãos e minhas
irmãs, a liturgia de hoje pode ser resumida em uma palavra: oração. Ela foi
perpassada tanto nas leituras quanto no Evangelho. No Salmo 50, por exemplo,
cantamos: “Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!”. Jesus é
aquele que ouve a nossa oração, mesmo quando não damos nenhuma importância ao
momento em que estamos a sós com Ele. Sabemos, pois, que ela faz parte da nossa
vida.
Há momentos, em nossa
vida, que parece que Deus não nos ouve, não é mesmo? Mas tenha a certeza de
que, em todos os momentos em que nos colocamos na presença do Senhor, Ele nos
ouve.
Na primeira leitura,
vemos uma grande mulher de oração: Ester, a rainha que clamou ao Senhor pela
salvação de seu povo e, diante dEle, rezou fazendo memória aos feitos das
proezas de Deus ao Seu povo. Na oração, ela pediu que o próprio Deus colocasse,
em sua boca, palavras sábias diante do rei, seu esposo. Antes de conversar, ela
rezou e Deus ouviu sua prece.
No Evangelho, lemos que
o nosso Deus cumpre as Suas promessas: “Pedi e vos será dado! Procurai e achareis!
Batei e a porta vos será aberta! Pois todo aquele que pede recebe; quem procura
encontra; e a quem bate a porta será aberta” (Mt 7, 7). Jesus conhece Seus
filhos e sabe o que eles podem pedir, ou seja, coisas e situações que não nos
farão bem, pois Deus sabe o que é melhor para nós e não nos quer dar coisas
nocivas.
Você pode se
questionar: “Se Deus sabe do que precisamos, por que devemos Lhe pedir?” A
resposta é simples: um coração que busca a oração, mantém-se fiel a Deus.
Quantas vezes rezamos, mas parece-nos que Ele se faz de surdo? Ele nos ouve
sempre, mas espera o momento certo para atender nosso pedido.
Em cada livro da
Sagrada Escritura, lemos que o povo buscava Deus na oração, até mesmo Jesus
buscava ocasiões de estar a sós com Deus, muitas vezes na madrugada. As grandes
decisões de Jesus foram feitas em vigílias de oração.
Deus, meus irmãos,
escuta o nosso clamor. Isso, porém, não significa que o Senhor precisa se
submeter à nossa vontade. Não! Somos nós que precisamos submeter a nossa
vontade a Ele. Busque uma vida de oração para que, por meio dela, você encontre
a vontade de Deus para sua vida.
O que você tem pedido a
Deus? Ganhar na mega-sena ou aquele carro do ano? Amados, não é isso que o
Senhor nos ensina. Devemos buscar o Reino de Deus e todas as outras coisas nos
virão por acréscimo. Por isso, todas as vezes que nos colocamos em oração,
colocamo-nos em sintonia com Ele.
Se você olhar a vida
dos santos, verá que foram homens e mulheres que buscavam a sintonia com o
Senhor. Oração é isso: buscar a intimidade com Deus. Em seus momentos de
oração, não busque palavras rebuscadas, mas ore na simplicidade.
Na vida espiritual,
podemos dizer que “você é aquilo que reza”. Como você tem vivido seus momentos
de oração? Orar é dobrar os joelhos no chão e reconhecer-se submisso a Deus,
sendo perseverante em sua oração.
Você precisa partilhar
com o Senhor as suas realidades, tê-Lo como amigo. Tenha uma fé viva, traduzida
na vida, testemunhada no amor pelos irmãos. Mas isso não acontece de uma hora
para outra, busque ser fiel no pouco e Deus vai lhe confiar muito mais. Cada
momento que meditamos a Palavra ela vai se enraizando dentro de nós.
Dê um passo em direção
à vontade de Deus em sua vida. Comece aos poucos, para que vire um hábito e ore
sem cessar.
Padre Toninho
Sacerdote da Diocese de
São José do Rio Preto (SP)
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