A 1ª Leitura, nos
mostra que Deus nos ama com amor de mãe. A palavra de Deus no Deutero Isaías é
um consolo tanto para os exilados da Babilônia, como para os pobres que haviam
permanecido na Palestina, em tempo de desânimo, perda de fé e de esperança. O
povo estava sem Templo, sem rei e sem lideranças. Tudo parecia perdido e o povo
sentia-se abandonado por Deus. Isaías já havia argumentando com o poder de
Deus, mas agora consola o povo, afirmando que o amor de Deus superar todo amor
e bondade. Mesmo que uma mãe se esqueça de seu filho, Deus jamais se esquecerá
de seus filhos. Maior que as injustiças humanas são o amor, a ternura, o
carinho de Deus.
Na 2ª Leitura, São
Paulo, chega a dizer expressamente que quem não quer trabalhar não tem o
direito de comer. E, com saborosa ironia, diz que veio a saber que na comunidade
havia alguns "muito atarefados em nada fazer". E os exorta a
trabalhar com tranqüilidade para ganhar o próprio pão. Entregando-se ao
trabalho, jamais os homens se esqueçam da presença de Deus, que é mais valiosa
do que todo o nosso empenho humano.
Há páginas do
Evangelho, pelas quais parece perpassar um como sopro perfumado de primavera.
Quero referir-me em particular a essa perícope de são Mateus que estamos lendo
neste oitavo domingo do tempo comum. Pertence ao Sermão da Montanha. E é lá
onde Jesus, ao falar da paternidade de Deus, que com sua Providência protege os
nossos passos, convida seus ouvintes a olhar para as aves do céu e para os
lírios do campo.
As aves do céu não
semeiam, nem colhem, nem guardam colheita em celeiros. E, no entanto, o Pai do
Céu não Ihes deixa faltar o alimento. E, com graciosa amabilidade, Jesus
comenta: "Será que vós não valeis mais do que esses passarinhos?". E
os lírios do campo! Não trabalham, não fiam. E, no entanto, nem o rei Salomão,
no esplendor de sua corte, usou vestes mais esplendorosas do que essas humildes
flozinhas. Jesus tem diante dos olhos certamente flores de cores muito vivas.
Houve quem pensasse em anêmonas. Não eram "lírios" no sentido
botânico do termo. Era antes um termo popular com que se indicavam flores
comuns da região.
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