2º Domingo da Quaresma

As três leituras deste domingo destacam que a iniciativa no processo de transfiguração e de renovação é fruto da livre e gratuita escolha e do chamado de Deus, não dos nossos esforços. Somos filhos e filhas da graça do Pai!

Na 1ª Leitura, Deus, por livre escolha de amor, chama Abraão e lhe pede para abandonar sua família e sua terra, com a promessa de que o tornará abençoado e fecundo, sinal de esperança para todos os povos. Abraão acolhe o chamado de Deus e inicia aquela caminhada na fé que o faz “pai de todos os que acreditam no Senhor e se entregam a Ele” (Cf. Rm 4,11).

Abrão passando do abandonar das suas raízes vitais para a fecundidade que vem de Deus, vive primeiro a “páscoa” de morte a si mesmo e de adesão a Deus, que cada um de nós, na Quaresma, é chamado a viver para aderir a Cristo (Gn 12, 1-4).

Na 2ªLeitura, Paulo lembra a Timóteo que Deus nos chamou à salvação e à santidade não por nossos méritos, mas por sua livre e gratuita escolha, manifestada em Cristo.

É Deus que, na sua liberdade e condescendência, escolhe e chama as pessoas para fazê-las seus parceiros na aventura da vida. É ele que inicia, permanecendo como protagonista, o caminho de renovação pascal em que o cristão entrou, por graça, através do Batismo.

No evangelho, Jesus, por livre escolha de amor, chama Pedro, Tiago e João e os leva consigo sobre uma alta montanha, para que se tornem testemunhas de sua sorte de messias sofredor e glorioso, que há de transformar o mundo através do amor crucificado. Jesus, diante dos discípulos, antecipa sua páscoa. Eles são introduzidos no mistério de Jesus e apreendem que o caminho deles não será diferente da sorte do mestre.

Ao narrar a estadia de Jesus no deserto, depois do batismo, e seu combate vitorioso contra o demônio (1º Domingo da Quaresma), Mateus destaca que Jesus estava atuando como o “novo Moisés”. Moisés guiou o povo de Israel rumo à terra prometida e mediou a aliança entre Deus e o povo. Jesus guia o novo povo de Deus, peregrino na história para uma relação com Deus mais autêntica na fidelidade e na liberdade, estabelecendo, no sacrifício de si mesmo, a aliança nova e definitiva.

A presença, ao lado de Jesus, de Moisés, o legislador, e de Elias, o primeiro dos profetas de Israel, indica que o Antigo Testamento agora encontra seu cumprimento em Jesus morto e ressuscitado.

A voz do Pai proclama Jesus “O Filho amado no qual eu coloco todo o meu agrado”. A ele é preciso “escutar” (Mt 17,5) e seguir. A voz do Pai confirma a proclamação da condição divina de Jesus, feita no batismo no Jordão (cf. Mt 3,17), e antecipa a glorificação de Jesus através da cruz na ressurreição e sua vinda gloriosa no fim dos tempos.


Diocese de Limeira

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