Quando eu era pequeno, gostava de passar as férias e feriados no sitio. O contato com a natureza me fazia um bem enorme. Por La se contava a historia de um galo que, desde pequenino, jê era bem valente e ousado. Queria cantar como os galos crescidos e marcar o seu espaço no galinheiro. Andava por todos os lados, explorando a fazenda toda. À noite, depois de horas de aventura, voltava para o seu canto.
O dono do sitio não gostava dessas andanças do galo. Pensou então em puni-lo. Com um barbante de uns três metros, amarrou a pata do galo em um bambu. Seu espaço ficou bem reduzido. Agora podia apenas andar num circulo bem pequeno, até onde o barbante lhe permitia chegar. De tanto andar e iscar por ali, a grama desapareceu, ficando apenas um circulo de terra. O galo, que até então era vivaz e valente, foi ficando pacato e medroso. Seu canto era tão franco que mal se podia ouvir.
Depois de alguns meses, o dono do sitio achou que a punição já era suficiente. Certamente ele havia aprendido a lição e não iria mais passar o dia dando voltas por aí. Desamarrou a pata do galo e o deixou solto no quintal. Depois de tanto tempo, estava novamente livre, podia ir para onde quisesse.
Passara um dia, e outro, e outro... E nada de o galo sair daquele circulo. Olhava para o lado de fora do circulo, mas não tinha coragem de sair. Não tinha mais aquele espírito aventureiro do passado. Seu canto também não melhorou. Continuou fraquinho. Assim permaneceu até envelhecer e morrer, dentro do circulo.
Para refletir
Assim como o galo da parábola, quando aprisionamos nossos dons , nosso espírito aventureiro e valente, acabamos por nos acomodar em um mundo pequeno e fechado. Muitas vezes temos medo de sair do nosso circulo conhecido. Temos medo de conhecer pessoas novas, de ir a novos lugares, de arriscar-nos em novas empreitadas. Segurança é sempre bom, mas ela não pode ser desculpa para o nosso comodismo e falta de iniciativa. Precisamos de liberdade para ousar. Se queremos crescer como seres humanos e como profissionais, devemos aventurar-nos, buscar sempre novos horizontes. Por determinado período, podemos até ser obrigados a nos movimentar num espaço pequeno, mas, quando tivermos a oportunidade, não podemos desperdiçá-la.
Liberte o seu espírito valente, saia do circulo conhecido, aventure-se. O bom líder deve fazer o papel inverso do dono do sitio. Deve incentivar as qualidades. Deve promover os talentos, e não reprimi-los ou aprisioná-los.
Para discutir
Pense por alguns instantes no circulo dentro do qual você se move.
-Qual o tamanho dele?
-Como você pode aumentar esse circulo?
-Quais os medos que lhe impedem de transcendê-lo?
Retirado do Livro Parábolas de Liderança – Ed. Paulus
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