Toda a vida de Jesus foi orientada ao serviço de Deus, desde a sua mais tenra idade. O Evangelho evidencia este aspecto de sua identidade quando, ainda adolescente, deu a seus pais uma resposta enigmática: “Vocês não sabem que eu devo preocupar-me com as coisas do meu Pai?” Logo, sua atenção estava toda voltada para Deus, ficando, em segundo plano, sua família humana.
A arrogância não teve lugar no coração de Jesus. Em Nazaré, esteve submisso a seus pais. E “crescia em sabedoria, idade e graça diante de Deus e daqueles com quem convivia”. Sua condição de Filho de Deus não o dispensou de fazer a penosa experiência de transformar o cotidiano em fonte de sabedoria, nem de estar continuamente atento para discernir a vontade do Pai nos mínimos fatos, aparentemente, sem importância. Esta foi uma exigência do mistério da encarnação. Seria pura incongruência se, tendo assumido nossa condição humana, o Filho de Deus fosse privilegiado por uma condição de vida que o dispensasse da busca cotidiana da vontade divina.
Nesta experiência de crescimento, Jesus contou com a presença solícita de seus pais. O Evangelho sublinha a atitude de Maria, que “guardava todas estas coisas no coração”. Entretanto, o mesmo pode ser dito de José. Afinal, exigia-se dos três a mesma fidelidade ao desígnio do Pai.
Quando a bondade divina escolhe alguém para uma graça singular, dá-lhe todos os carismas necessários, o que aumenta fortemente a sua beleza espiritual. Foi isso mesmo o que aconteceu em S. José, pai de nosso Senhor Jesus Cristo segundo a lei e verdadeiro esposo da Rainha do mundo e Soberana dos anjos.
O Pai eterno escolheu-o para ser o sustento e o fiel guardião dos seus principais tesouros, isto é, do seu Filho e da sua esposa; função que ele cumpriu com toda a fidelidade. Por isso, o Senhor lhe disse: “Servo bom e fiel, entra na alegria do teu senhor” (Mt 25,21).
Se comparares José a todo o resto da Igreja de Cristo, não vês que ele foi o homem particularmente escolhido, pelo qual Cristo entrou no mundo de uma maneira regular e honrosa? Se toda a Santa Igreja é devedora para com a Virgem Maria porque foi ela que lhe permitiu receber Cristo, após ela é a S. José que devemos um reconhecimento e um respeito sem igual.
Ele é, na verdade, a conclusão do Antigo Testamento: é nele que a dignidade dos patriarcas e dos profetas recebe o fruto prometido. Só ele possuiu na realidade o que a bondade divina lhes havia prometido. Não podemos certamente duvidar: a intimidade e o respeito que Cristo prestava a José ao longo da sua vida, como um filho para com seu pai, Ele não o pôde renegar no Céu; pelo contrário, enriqueceu-o e completou-o. Por isso o Senhor acrescenta: “Entra na alegria do teu Senhor”.
Espírito que orienta nossa vida para Deus, ajuda-me a crescer, cada dia, em sabedoria e graça, buscando, como Jesus, adequar minha vida ao querer do Pai.
Retirado do Blog da Canção Nova
Nenhum comentário:
Postar um comentário