Jesus ensina a praticar
a esmola, a oração e o jejum, três gestos de misericórdia tradicionalmente
realizados pelos judeus (Tb 12,8-10). Ele alerta a não praticar essas “boas
obras” como forma de atrair a atenção e a estima, mas para glorificar o Pai (5,16).
A presença do Pai vê no segredo e recompensa (6,4.6.18) todo trabalho a serviço
do Reino e sua justiça (6,33). Assim, quando deres esmola, não mandes tocar a
trombeta diante de ti. A esmola é uma atitude que nasce da misericórdia com os
necessitados. A partilha dos bens em favor dos pobres é uma condição para
seguir Jesus (19,21; 5,42). Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que
exercem práticas devocionais para serem vistos e elogiados (23,13-15; Mc
12,40). Jesus costumava se afastar da
atenção, para orar sozinho ao Pai (14,23). Depois de ensinar a permanecer em
comunhão com Deus através do “Pai Nosso” (6,7-15), ele disse: quando jejuares
perfume a cabeça. O gesto oblativo do jejum deve suscitar a solidariedade (Is
58,3-12; Jr 14,12) com os sofredores, um adorno em vez de cinzas, perfume de
festa em vez de luto (Is 61,3). A leitura do profeta Joel convida à “conversão
do coração”, à transformação interior (cf. Ez 36,26-27)que faz experimentar a
misericórdia e a compaixão do Senhor. Em meio ao sofrimento causado pela
calamidade da natureza e invasões destruidoras de exércitos (1,2-2,11), o toque
da trombeta reúne a comunidade para renovar a esperança. O salmista suplica um
coração renovado e um espírito novo, para trilhar o caminho da aliança. A primeira
carta aos Coríntios aponta para o tempo favorável, o dia da salvação,
manifestado em Jesus Cristo. Solidário conosco,ele indicou o caminho para
vivermos reconciliados com Deus, acolhendo a sua graça.
As cinzas lembram a
nossa fragilidade fundamental e uscitam
em nós confiança na salvação que só pode vir de Deus, nunca da nossa
eficiência. Esmola, oração e jejum são nossa resposta à graça de Deus que nos
converte, e transforma nosso coração de pedra em coração de carne.
A celebração é um
momento privilegiado, no qual nos reunimos para escutar atentamente a Palavra
de Deus e dar graças pelas maravilhas que Ele realiza m nossa vida e na vida do mundo. Na oferta
total de Cristo ao Pai, a Liturgia Eucarística, une também a nossa oferta, onde
Deus, pelo seu Espírito, nos transforma no corpo do seu Filho e nos dá o pão e
o vinho da sua vida em comunhão
Revista de Liturgia
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