Jejum, prática de conversão e aproximação de Deus

Um dos elementos fundamentais para vivermos bem a nossa religião, sobretudo as práticas quaresmais, é a vivência do jejum. Há diversas formas de se jejuar, mas o jejum é um elemento religioso que não pode ser ignorado, esquecido ou visto como passado e ultrapassado.

Jejum é vida, é algo místico, faz parte dos preceitos religiosos mais sagrados. É óbvio que ninguém pode viver o jejum no espírito da lei, ninguém pode ver o jejum como se fosse uma competição: “Fiquei tantas horas sem comer!” ou “Eu faço jejum e fico o dia inteiro sem comer nada!”, “Eu só tomo água” ou “Eu só como tal hora”.

Ninguém faz jejum para mostrar ao outro ou provar algo a alguém. Ninguém faz jejum para ficar mais magro ou para ganhar mais saúde, ainda que o jejum tenha seus frutos até para nossa própria saúde. Nós jejuamos para nossa conversão interior, parra disciplinarmos nosso corpo e vontade. Nós fazemos jejum para cultuar a Deus e dizer que Ele é o primeiro em nossa vida. Nós jejuamos, porque isso nos aproxima do Senhor.

Cuidemos para que o jejum não nos torne mais orgulhosos, para que não nos faça melhores que os outros: “Eu jejuo!”. Os fariseus tinham muito disso, jejuavam duas vezes por semana e se sentiam os mais justos e corretos, porque eram os únicos que observavam os preceitos.

O jejum é para quebrar o nosso orgulho e não para levantar a nossa vanglória; para romper com nossas vaidades e não nos tornar envaidecidos com nossas práticas religiosas. Por outro lado, não adianta também jejuarmos e, simplesmente, no dia de jejum, deixamos de comer, fazemos cara feia e demostramos para todo mundo que estamos jejuando.

Como diz a Palavra: “Por acaso é esse o jejum que me agrada?”. Que jejum é esse que nós não somos capazes de romper com cadeias? Que não nos dispomos a romper com as inimizades, com as coisas negativas? Que jejum é esse que não faz com que nos abramos ao perdão e à reconciliação? Há certos demônios que só se expulsam pela oração e pelo jejum. Se não estamos conseguindo romper com a falta de perdão, com rancor, ódio e ressentimento, precisamos, além de oração, aplicar o jejum, para vencermos certos espíritos que atormentam demais a nossa vida.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova

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