Vamos a um
happy hour? Que tal uísque no jantar ou talvez uma geladinha neste verão? Que
tal uma dose para encarar um encontro amoroso? Em ocasiões festivas, a presença
do vinho, champanhe e outras bebidas é inquestionável, como um líquido
imprescindível em certas culturas. Médicos, muitas vezes, receitam uma dose de
alguma bebida alcoólica antes de dormir como uma espécie de tranquilizante, ou
uma taça de vinho tinto no almoço para baixar o colesterol. O álcool relaxa,
encoraja e transforma os mais tímidos em galanteadores.
Longe de
qualquer defesa ou de um ataque extremista, quero abrir essa questão à
reflexão. Gaste tempo para refletir! Beber para quê?
Nem todo
mundo que bebe é alcoolista, mas há muitos alcoolistas que, de fato, sofrem e
fazem sofrer. Alcoolismo é doença, causa doenças e grande destruição familiar.
Sou marcado por uma história de alcoolismo em casa e sei o quanto isso feriu
minha vida.
Beber para
quê?
Ao apresentar
os dois lados da moeda, quero fazer você refletir sobre essa realidade que,
querendo ou não, cerca nossa vida! Muitas vezes, vamos simplesmente
categorizando tudo em certo e errado, mas não emitimos uma opinião bem formada.
Por favor, nada de extremismos de causas!
Beber para
quê?
Por trás de
um copo com álcool há uma pessoa, uma história e, com certeza, um impulso que
mobiliza o ato de levar esse copo até a boca e se deixar devanear por tal
bebida. Mas que impulso é esse? Que necessidade é essa?
Freud escreve
em ‘O Mal-estar na Civilização’: “Devemos a tais veículos não só a produção
imediata de prazer, mas também um grau altamente desejado de independência do
mundo externo, pois se sabe que, com o auxílio desse ‘amortecedor de
preocupações’, é possível, em qualquer ocasião, afastar-se da pressão da
realidade e encontrar um refúgio num mundo próprio, com melhores condições de
sensibilidade. Sabe-se igualmente que é exatamente essa propriedade dos
intoxicantes que determina o seu perigo e a sua capacidade de causar danos”.
Partindo
disso, podemos encontrar alguns “para quês”, ou seja, alguns “motivos” para
beber!
O álcool como
fonte de prazer
Muitas
pessoas têm no álcool uma fonte de prazer. É aí que eu me questiono: será que
fui feito para o prazer de um gole ou para o efeito de uma dose? Se Deus me
promete o prazer de uma eternidade, por que me contentar com efêmeros prazeres?
Não! Minha alegria não pode estar contida em uma dose. Preciso ir além e não
determinar a fonte de minha alegria em coisas que passam.
Outras
pessoas bebem “para quê” possam ter independência do mundo externo, mas não dá
para, nesta vida, querermos tal estado de apatia! Somos gente em relação, o
mundo externo é onde nosso mundo interno se situa. Não adianta querer fugir. É
preciso reagir, lutar, para que a força do nosso mundo interno mude o que está
externo.
Para esquecer
os problemas
Ainda há
pessoas que, para amortecerem suas preocupações, encontram no álcool uma
solução. Mas fica a mesma reflexão acima: por que amortecer aquilo que precisa
ser enfrentado? Atos de coragem precisam ser tomados em doses de verdade e
luta!
Há ainda
pessoas que, para se afastarem da pressão da realidade e refugiar-se em um
mundo paralelo, bebem todas doses possíveis! Porém, junto à ressaca do dia
posterior surge a pressão do dia anterior e um mundo mais cruel ainda!
Sobriedade para encarar pressão pode ser a saída mais certa nesses momentos.
Além dos
“para quês” acima, fica ainda uma última reflexão: sabe-se que é exatamente
essa propriedade dos intoxicantes que determina o seu perigo e a sua capacidade
de causar danos. De fato, muitas doenças são ocasionadas pelo alcoolismo (ele
já é uma doença em si).
Meu pai é
vítima dessa realidade, pois até hoje sofre com fortes dores devido à
pancreatite ocasionada pelo consumo excessivo de álcool. Além de males físicos,
o exagero de álcool causa, em muitas famílias, situações traumáticas, abandono e
negligência. Beber “para quê”?
Encerro essa
reflexão querendo que você descubra o seu “para quê” beber. Mais que levantar
uma bandeira de certo e errado, de pode e não pode, faz mal e faz bem (pois há
no pensamento “moderno” uma necessidade de categorização absurda), quero
levá-lo a uma reflexão profunda, pois por trás de um copo de álcool há uma
história, uma vida! Mas que vida está sendo vivida?
Como dizia
Viktor Frankl: “Quem tem um “para que viver” suporta quase qualquer o como
viver”
Tamu Junto!
Adriano
Gonçalves
Membro da
Comunidade Canção Nova
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