Este artigo começa com
uma pergunta para os pais sobre o quanto eles valorizam e como eles enxergam as
brincadeiras dos filhos. Para alguns é algo natural porque até os animais fazem
isso, para outros uma forma das crianças darem um tempo, enquanto cuidam de
outras coisas importantes, ou ainda uma forma prazerosa de passar o tempo que
traz saudades da infância, ou simplesmente uma maneira de trabalhar a
imaginação.
Alguns acham até que é
perda de tempo e buscam incluir atividades que valham a pena, definindo agendas
cheias de compromissos formais, ledo engano.
Cuidar das brincadeiras
das crianças é tão importante como olhar a saúde, o ensino e as carências
afetivas, é uma forma de contribuir para desenvolvimento integral do ser
humano.
Parece um tema simples,
mas brincar é algo muito sério e importante para as crianças formar ligações
entre o seu mundo interno e externo, desenvolver relações afetivas e sociais e
aprender a viver no mundo das ideias.
Imaginação e
criatividade
É uma forma de treinar
as crianças para vida. Numa brincadeira de roda, a criança desenvolve seu
controle motor, além de aprender a conviver com os diferentes tempos das outras
crianças. A brincadeira de “pique esconde” trabalha a frustração de conviver
com a presença e ausência e também formular conceitos abstratos. Com a
brincadeira do “Chefe Mandou” a criança aprende a respeitar ordens. Com os
desenhos, trabalham a percepção do mundo externo e transformam estes conceitos
em realidade. Com os jogos trabalham a imaginação e a criatividade.
Muitas crianças estão
convivendo com a obesidade, pois elas ficam muito tempo na internet e deixam de
gastar calorias com brincadeiras que consomem energia física, que ajudam a
emagrecer além de liberar as tensões diárias. Também perdem a oportunidade de
conhecer o seu corpo e treinar não só o corpo mas a mente para cair e levantar
na vida. Observar uma criança aprender a andar é conviver com o resultado
positivo da persistência.
Espírito de equipe
Na diversão dos jogos
coletivos, tais como o futebol, o vôlei e a queimada, quem está na partida não
percebe, mas também trabalham o espírito de equipe, cooperação e as diferenças
de habilidades. Além de conviverem com a vitória e a derrota, descobrem que as
regras fazem parte da vida e que precisam ser obedecidas para o bem comum.
Brincar de “escolhinha”
também ensina que horas mandamos e outros momentos obedecemos, que nem sempre
as pessoas querem brincar da forma que queremos.
Quanto aprendizado
quando se brinca de teatro! Enfrentar o palco da vida, ser o centro das
atenções, liderar e se relacionar com outros personagens diferentes, mas também
ouvir e aplaudir quando os outros estão brilhando.
O “quebra cabeça” ajuda
a exercitar a percepção, a paciência e a resolver problemas que são colocados
pela vida. E também quebra o tédio se ficarem presas num apartamento, em dias
chuvosos e quando estão doentes.
Se você ainda tem
dúvidas, que brincar é muito importante, converse com profissionais que
trabalham com desenvolvimento biológico, funcional, evolutivo e emocional e
poderá descobrir o valor intrínseco das brincadeiras para a sobrevivência
física, psicossocial e profissional e o futuro de seus filhos.
Ângela Abdo
Coordenadora do grupo
de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES)
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