Quando Jesus pergunta a Seus
discípulos: “Quem diz o povo que eu sou?” (Lucas 9, 18), na verdade, Jesus está
perguntando o que o povo está entendendo; o que cada um deles, cada um de nós
estamos entendendo, compreendendo sobre a identidade de Jesus, sobre a pessoa
d’Ele.
Já viram tantos milagres, tantas
curas, já viram a Sua ação profética, a Sua ação no meio do povo. E cada um
capta, compreende, entende da sua maneira. E por isso, a Seus discípulos também
pergunta: ‘Para vocês quem eu sou?’ ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!’,
responde Pedro. Mas, Jesus os proíbe que falem sobre isso.
E por que Jesus proíbe? Porque na
cabeça do povo e na cabeça dos próprios discípulos, o Messias é um ser
glorioso, cheio de poder, de glória, de exultação, de exaltação. E Jesus quer
ensinar, agora, qual é o significado profundo do ser Messias.
Ele é, acima de tudo, um homem como
qualquer outro homem, por isso, que na condição humana vai sofrer muito, vai
ser rejeitado, morto. Mas, a verdade maior e mais bela de todas é que no
terceiro dia Ele vai ressuscitar.
Quem não é digno de abraçar o Cristo
sofredor, crucificado, não pode abraçar o Cristo glorioso. Quem não quer passar
pela cruz, pelo sofrimento, pela purificação das vias humanas, não poderá
entrar no Reino da Glória.
Nós, muitas vezes, queremos saber da
pompa, da glória, do reconhecimento, dos aplausos, mas o discípulo de Cristo é,
acima de tudo, seguidor do Crucificado. Ele é identificado e se identifica com
o Senhor, o servo sofredor, aquele que em tudo assumiu a condição humana e
sobre si carregou nossas dores, nossos pecados e nossos sofrimentos.
Amados irmãos e irmãs, olhemos para
Jesus crucificado, contemplemos n’Ele a nossa humanidade sofrida, machucada,
doente. E com Ele aprendamos também a carregar a nossa cruz de cada dia!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova
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