Jesus está comparando
os homens da sua geração com uma parábola muito interessante; daquelas crianças
que estão sentadas numa praça vendo o “circo” acontecer, as lamúrias
acontecerem e elas [as crianças] não estão “nem aí” para o que está
acontecendo.
Às vezes, a criança tem
na mão um “brinquedinho” e se este é tudo para ela o resto nem interessa.
Podemos chamar atenção para isso, para aquilo, mas ela está tão fechada e tão
bitolada naquele brinquedo que não se abre para ver o que está à sua volta.
Os homens da época de
Jesus estavam fechados em si, fechados em suas preocupações, em sua visão de
mundo, de religião e não foram capazes de se abrirem para o novo de Deus que
havia chegado.
João Batista, um homem
asceta, levou uma vida evangelicamente muito dura, foi muito austero, muito
disciplinado. Quando olhavam para João diziam: “Ele está com um demônio!”
(Lucas 7, 33). Mas, Jesus que não era tão ascético como João Batista, se fazia
homem com os homens, estava nas festas de casamento, comia com os pecadores,
mas olharam para Jesus e disseram: “Ele é um comilão e beberrão” (Lucas 7, 34).
Quando não queremos
acolher algo, toda a desculpa é válida; arrumamos toda desculpa e justificativa
para não acolher o novo. E acontece o pior: a indiferença; o coração se fecha e
não se abre para acolher o novo que está chegando. Eles [homens da época de
Jesus] se fecharam e não acolheram a novidade que era Jesus.
Permita-me dizer a
você: não podemos ser como os homens da geração, da época de Jesus, mas não
podemos negar que existem muitas coisas mais “interessantes” que nos fazem
indiferentes às coisas de Deus.
Estamos fechados em
nossas coisas, em nosso “mundinho”. Hoje, criaram outros brinquedos, a
tecnologia do jeito que anda é muito atrativa e as novidades do mundo. Estamos
muito fechados ou, então, abertos demais para apenas conhecer ou ficarmos
adeptos e escravos das novidades que nos cercam e não somos capazes de nos
abrir para a novidade de Cristo.
A insensibilidade da
mente e do espírito para as coisas de Deus é o pior dos males que pode nos
acontecer! A pessoa não é mais capaz de ouvir a voz de Deus, de sensibilizar-se
com a Palavra de Deus, com o anúncio d’Ele.
Quando o coração está
aberto, sedento de Deus, toda Palavra de Deus é um toque; toque da graça, toque
de mudança. Mas, quando o coração humano está embriagado pelas preocupações da
vida, pelos excessos e futilidades do mundo não é capaz de ser tocado por nada
que venha de Deus.
Amados irmãos e irmãs,
que Deus nos livre deste mal! Que abramos o nosso coração para que a
insensibilidade não tome conta dele!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade
Canção Nova
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