27º Domingo do Tempo Comum

Os discípulos de Jesus proibiram um homem de expulsar demônios em seu nome. Motivo da proibição: não era do grupo dos seguidores diretos de Jesus.

Diante da notícia, Jesus reagiu dizendo: “Não o proibais, pois ninguém que faz milagres em meu nome poderá logo depois falar mal de mim. Quem não é contra nós, está a nosso favor!” (Mc 9,39-40).

Em outras palavras, se é no “nome” de Jesus que fazem o bem, é sinal que realizam precisamente o que Jesus significa e deseja: o bem das pessoas. O bem das pessoas tem tudo a ver com o “nome” de Jesus! Isso é que importa!

Querem ver? Um simples copo de agua dado a alguém – em “nome” de Jesus, portanto! – já tem a sua recompensa; não importa quem o faça. O contrário também: “Se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem” – isto é, se age contra o “nome” de Jesus, fazendo o mal, portanto -, melhor que fosse jogado no mar com uma pedra no pescoço. Não importa também quem o faça.

Portanto, se um dos membros do teu corpo te leva a fazer o mal em vez do bem, corta-o fora, arranca-o. Em outras palavras, o “nome” de Jesus – isto é, o bem a ser feito acima de tudo” -, exige que a gente corte pela raiz tudo o que leva a afazer o mal a quem quer que seja. Caso contrário, a gente mesmo acaba se arruinando radicalmente na arte de fazer o bem.

Aliás, a história de exclusividade na arte do bem fazer já e uma história muito antiga, do tempo de Moisés, como vimos na primeira leitura (cf. Nm 11, 25-29). Alguém reclama de duas pessoas não pertencentes ao grupo dos anciãos (colaboradores próximos de Moisés) que estavam também profetizando. Moisés, iluminado pelo espírito de Deus, lhe responde: “Tens ciúmes por mim? Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta, e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito!”.

Em outras palavras, a possibilidade de profetizar (fazer o bem) está aberta a todos. Não é exclusividade de um grupo. Eis a perfeição da lei de Deus. Por isso que cantamos hoje o Salmo 19, cujo refrão soa assim: “A Lei do Senhor e perfeita, conforto para a alma”.

Desapego, portanto, de tudo, pois os apegos não levam a nada, porque não estão no cardápio de Deus. Por isso que a Palavra de Deus hoje, através da carta de Tiago, também dá uma boa chamada aos ricos, isto é, aqueles cujo Deus são duas fortunas materiais e, consequentemente, praticam a injustiça, condenando os trabalhadores a morrerem à mingua. “Ricos, desgraçados de vocês, pois as riquezas de vocês já estão apodrecendo” (cf. Tg 5, 1-6), é o alerta da Palavra. Segurar tudo exclusivamente para si é perigoso: machuca os outros e conduz à própria ruína.


Diocese de Limeira

Nenhum comentário: