Os discípulos de Jesus
proibiram um homem de expulsar demônios em seu nome. Motivo da proibição: não
era do grupo dos seguidores diretos de Jesus.
Diante da notícia,
Jesus reagiu dizendo: “Não o proibais, pois ninguém que faz milagres em meu
nome poderá logo depois falar mal de mim. Quem não é contra nós, está a nosso
favor!” (Mc 9,39-40).
Em outras palavras, se
é no “nome” de Jesus que fazem o bem, é sinal que realizam precisamente o que
Jesus significa e deseja: o bem das pessoas. O bem das pessoas tem tudo a ver
com o “nome” de Jesus! Isso é que importa!
Querem ver? Um simples
copo de agua dado a alguém – em “nome” de Jesus, portanto! – já tem a sua
recompensa; não importa quem o faça. O contrário também: “Se alguém escandalizar
um destes pequeninos que creem” – isto é, se age contra o “nome” de Jesus,
fazendo o mal, portanto -, melhor que fosse jogado no mar com uma pedra no
pescoço. Não importa também quem o faça.
Portanto, se um dos
membros do teu corpo te leva a fazer o mal em vez do bem, corta-o fora,
arranca-o. Em outras palavras, o “nome” de Jesus – isto é, o bem a ser feito
acima de tudo” -, exige que a gente corte pela raiz tudo o que leva a afazer o
mal a quem quer que seja. Caso contrário, a gente mesmo acaba se arruinando
radicalmente na arte de fazer o bem.
Aliás, a história de
exclusividade na arte do bem fazer já e uma história muito antiga, do tempo de
Moisés, como vimos na primeira leitura (cf. Nm 11, 25-29). Alguém reclama de
duas pessoas não pertencentes ao grupo dos anciãos (colaboradores próximos de
Moisés) que estavam também profetizando. Moisés, iluminado pelo espírito de
Deus, lhe responde: “Tens ciúmes por mim? Quem dera que todo o povo do Senhor
fosse profeta, e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito!”.
Em outras palavras, a
possibilidade de profetizar (fazer o bem) está aberta a todos. Não é
exclusividade de um grupo. Eis a perfeição da lei de Deus. Por isso que
cantamos hoje o Salmo 19, cujo refrão soa assim: “A Lei do Senhor e perfeita,
conforto para a alma”.
Desapego, portanto, de
tudo, pois os apegos não levam a nada, porque não estão no cardápio de Deus.
Por isso que a Palavra de Deus hoje, através da carta de Tiago, também dá uma
boa chamada aos ricos, isto é, aqueles cujo Deus são duas fortunas materiais e,
consequentemente, praticam a injustiça, condenando os trabalhadores a morrerem
à mingua. “Ricos, desgraçados de vocês, pois as riquezas de vocês já estão
apodrecendo” (cf. Tg 5, 1-6), é o alerta da Palavra. Segurar tudo
exclusivamente para si é perigoso: machuca os outros e conduz à própria ruína.
Diocese de Limeira
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