O instinto dos pais de
garantir a sobrevivência dos filhos não é privilégio apenas dos humanos porque
também os animais fazem isso. Mas, ao contrário dos homens de hoje, eles
preparam os filhotes para lidar melhor com isso. Além da preocupação parenteral,
na sociedade moderna existe a preocupação legal em proteger os menores,
acrescido da falta de segurança física e emocional que o mundo hoje oferece.
Educar e treinar os
filhos para a vida nunca foi uma tarefa fácil para os pais que se preocupam com
isso. No mundo em que vivemos isto se torna ainda mais difícil. É natural,
portanto, que os pais queiram superproteger os filhos, porém não é saudável
para a vida pessoal, profissional e matrimonial futura deles.
As meninas são mais
protegidas para o mundo externo, mas são desenvolvidas para desempenharem papel
de companheira e mãe, por outro lado, os meninos são mais preparados para o
mundo externo para garantir o sustento material, mas pouco desenvolvidos para
lidar com as situações internas do lar.
Até onde vai a
preocupação natural
Um questionamento que
surge para os pais é até onde vai a preocupação natural e saudável e onde
começa a preocupação excessiva que pode ser maléfica. Ou seja, cuidado, atenção
e carinho são necessários, mas a superproteção pode afetar na infância criando
crianças apáticas entediadas e adultos inseguros, desfocados e frustrados.
O que fazer?
Existe algo
imprescindível que precisa ser feito para se ter filhos com possibilidades de
ser feliz. Primeiro proporcione a ele condições com responsabilidades e limites
na educação, de acordo com cada etapa de sua vida.
Entretanto, a cultura
atual tem dificultado isso porque o acesso aos bens de costumes tem produzido
crianças acostumadas com mimos, poucos limites e baixas exigências de
desempenho. Isto tudo acrescido da culpa de trabalharem muito e da insegurança
paterna de não serem amados ou aceitos. Todo este contexto contribui para as
crianças serem educadas tendo seus desejos atendidos como um passe de mágica.
Quais são as
consequências
Filhos que começam e
não terminam estudos, adolescentes que busca nas drogas mais prazeres. Entre
outras consequências, maridos e esposas que não aguentam as dificuldades de um
casamento. Adultos inseguros devido à baixa autoconfiança, passivos esperando
que as pessoas venham cuidar de suas necessidades e quando isso não acontece
ficam irritados e frustrados.
Portanto, geramos
filhos com dificuldades psicossociais na vida sentimental e social e também no
relacionamento sexual, além de eternos dependentes de alguém que cuidem
material e emocionalmente deles. Precisamos deixar os filhos frequentarem a
academia do crescimento pessoal para que possam desenvolver a segurança em si
mesmos determinação, resistência, frustração e foco. Quando adquiridos no
decorrer da vida, torna-se é mais fácil e menos dolorido porque acompanha o
amadurecimento das pessoas.
Quando a culpa é dos
pais?
Às vezes é necessário
um tratamento dos pais superprotetores, pois o excesso de proteção pode ter
como raiz a própria insegurança e ansiedade porque podem estar repetindo nos
filhos suas próprias neuroses.
Onde encontrar ajuda
A escola também pode
ajudar muito, pois este espaço proporciona à criança desenvolver sua autonomia,
autoconfiança e capacidade de decisão. As atividades extracurriculares também
ajudam, desde que não sejam em excesso a ponto de as crianças não terem tempo
livre para brincar sozinha e livre.
É reconhecido que
muitos dos medos dos pais são reais, mas precisam trabalhar este sentimento e
proteger os filhos permitindo que tenham suas próprias experiências e construam
paramentos de sobrevivência às situações que a vida apresenta.
Ângela Abdo
Coordenadora do grupo
de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES)
Nenhum comentário:
Postar um comentário