E propôs-lhes esta parábola: “Havia um homem rico cujos campos produziam muito. E ele refletia consigo: ‘Que farei? Porque não tenho onde recolher a minha colheita’. Disse ele então: ‘Farei o seguinte: derrubarei os meus celeiros e construirei outros, neles recolherei toda a minha colheita e os meus bens. E direi à minha alma: ò minha alma, tens muitos bens em depósito para muitíssimos anos, descansa, come, bebe e regala-te’. Deus, porém, lhe disse: ‘Insensato! Nesta noite ainda exigirei de ti a tua alma. E as coisas que ajuntaste de quem serão? Assim acontece ao homem que entesoura para si mesmo e não é rico para Deus”.
Relendo o texto
Entre os personagens desta parábola é preciso citar também Deus, que intervém por último, mas certamente é o mais importante. O primeiro a ser citado é, ao invés, um homem rico que possui campos que produziram uma abundante colheita. O homem rico faz um discurso inteiro para si mesmo: não intervêm, de fato, outros personagens para escutar o seu raciocínio, é a seguir interpelado pelo próprio Deus sobre o bem mais precioso que todos recebem como dom e que é a vida.
As ações que se desenvolvem, somente porém nos pensamentos do homem rico, descrevem uma ansiedade, uma verdadeira e exata corrida pela posse. Demolir os celeiros e construir novos, recolher o grão e todos os outros bens e, depois, repousar, comer e beber, entregar-se à alegria. É um homem, esse da parábola, que aparentemente não tem necessidade de ninguém, não procura mais nada, porque obteve tudo na sua vida, pode viver feliz e satisfeito porque possui muitas riquezas.
Uma outra particularidade deve ser salientada: do homem não se diz nada além do fato de que era um “homem rico”. Parece que Jesus quer tornar esse homem conhecido pelo que ele possui e não pelo que ele é.
Meditando o texto
A parábola coloca em realce um primeiro ensinamento de Jesus sobre a verdadeira riqueza, que não está no fazer tantas coisas, ou ter muitas coisas, mas no fato de continuar a ser pobre. Sim, pode parecer impossível que os pobre sejam as pessoas que Jesus olha com mais carinho, das quais ele mais gosta. Pois o pobre, aquele que nada possui, é aquele que pode deixar-se aproximar melhor, porque é livre e, não preocupado com nada das coisas do mundo, pode deixar encher-se seu coração com a presença de Deus.
Um outro ensinamento de Jesus nessa parábola é que, se não precisamos preocupa-nos com as coisas, podemos olhar mais e melhor para Deus e para aquilo que ele pede. Deus, por isso, é o bem supremo oferecido a todos, o único pelo qual vale verdadeiramente a pena empenhar-se. Não devemos esforçar-nos tanto para ter muitas riquezas, Jesus nos ensina que dependemos de tal maneira de Deus, que precisamos fatigar-nos somente para entender qual é a sua vontade, o que quer Deus verdadeiramente de cada um de nós.
Procurando, agora, questionar-nos
-Com que coisa realmente eu me preocupo? Com as coisas que não possuo ou com as pessoas que não acolho, que não sei escutar, que não ajudo?
-Sei verdadeiramente viver com a atitude do pobre?Ou seja, nas situações, sei procurar naquele maravilhoso “tesouro”, que é o Evangelho, uma atitude de Jesus que posso imitar, ou penso chegar a resolver tudo só com as minhas forças?
Retirado do Livro A Palavra para os Jovens – Ed. Ave Maria
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