Meu filho, trabalhe para mim

“Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: ‘Meu ilho, vai trabalhar hoje na vinha.’ Respondeu ele: ‘Não quero.’ Mas em seguida, tocado de arrependimento, foi. Dirigindo-se ao outro disse-lhe a mesma coisa. O filho respondeu: ‘Sim, pai!’ Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?” “O primeiro”, responderam-lhe. E Jesus disse-lhes: “Em verdade vos digo, os publicanos e as meretrizes vos precedem no Reino de Deus! João veio a vós no caminho da justiça e não crestes nele. Os publicanos, porém, e as prostitutas creram nele. E vós, vendo isso, nem fostes tocados de arrependimento para crerdes nele”.

Relendo o texto

Antes de tudo, notemos quais são os personagens da parábola: o pai e os dois filhos. Destes filhos pode-se dizer que o primeiro é certamente mais sincero, sobretudo porque, conhecendo-se a si mesmo, responde que não está com vontade, mas depois, arrependendo-se, vai trabalhar na vinha, ao passo que o segundo não é exatamente sincero, porquanto aceita o convite do pai para ir trabalhar na vinha, mas depois não vai.

A característica do pai, ao invés, é a de amar os filhos da mesma maneira: ele não tem preferências, aquilo que ele pede a um, ele pede também ao outro.

Fazendo uma releitura do texto, notamos que Jesus, pela figura do pai, quer tornar conhecido dos seus ouvintes o tema chamado a cumprir a sua vontade, existe um convite da parte de Deus que chega a quem se põe à escuta. Ao passo que, pelas figuras dos dois filhos, Jesus faz conhecer o tema da resposta àquele chamado de Deus: pode-se responder com uma recusa, mesmo fechando o próprio coração diante da bondade de Deus. Ou então pode-se responder com a obediência, cumprindo a vontade que Deus nos faz conhecer.

Meditando o texto

Narrando essa parábola, Jesus nos quer dizer substancialmente que o convite para cumprir a sua vontade sempre tem as características da festa, da alegria, do deixar livres de aceitar ou não. O pai dirige aos dois filhos o convite para irem para a vinha, sem considerar um melhor que o outro, ou um mais merecedor que o outro. E os filhos são, ambos, da mesma maneira, livres para responder.

Certamente o convite a cumprir a vontade de Deus é um convite sério e comprometedor: é um convite de amor que envolve a vida, que a empenha seriamente. Por isso o primeiro filho, antes diz que não tem vontade, porque algumas vezes é difícil dizer sim ao Senhor. Percebemos muito bem que dar a vida quer dizer pôr-se a serviço, tomar a cruz, lavar os pés dos irmãos, palavras duras para nós e, talvez, nos sintamos tentados a dizer: “Não estou com vontade”. O convite do Senhor, porém, exige obediência e desapego, não é suficiente dizer “sim” com as palavras, como no caso do segundo filho, mas é preciso esforçar-se verdadeiramente: melhor do que muitas palavras, o que importa são os fatos.

Procurando, agora, questionar-nos

-Eu me limito a ler algumas páginas do Evangelho, ou procuro também pô-las em prática na minha vida? Não é simples entender aquilo que o Senhor quer de cada um de nós, mas com uma pequena ajuda pode-se conseguir.

-Sei dar tempo para obedecer ao que Deus me pede por meio dos irmãos?

-Freqüentemente, por iniciativa própria, posso ser capaz de renuncias e sacrifícios enormes, mas se alguém me pede alguma coisa, como me comporto?




Retirado do Livro A Palavra para os Jovens – Ed. Ave Maria

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