Dizia também: O Reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra. Dorme, levanta-se, de noite e dia, e a semente brota e cresce, sem ele o perceber. Pois a terra por si mesma produz, primeiro a planta, depois a espiga e, por último, o grão abundante na espiga. Quando o fruto amadurece, ele mete-lhe a foice, porque é chegada a colheita
Relendo o texto
Desta vez os personagens da parábola têm algo de especial, de fato, além de um homem que lança a semente na terra, pode-se dizer que o personagem principal é essa semente que é lançada.
Efetivamente a semente, pela bondade de Deus, torna-se antes planta, depois espiga, depois grão cheio na espiga, portanto um fruto completo que pode ser colhido. O que deve levar-nos a refletir, lendo este trecho de Marcos, é a expectativa do homem que lança a semente.
Jesus, de fato, não diz dele nada mais que poucas ações: lança, dorme ou levanta-se, tudo está embebido, podemos dizer, de uma grande confiança, doa abandono, da paz.
Lança a semente e se confia em paz a Deus, é como se esse homem pusesse todas as premissas ou condições para que Deus realize os seus prodígios, e depois retira, coloca-se de lado, sem se preocupar a pensar de que maneira a semente cresce, muda e se transforma em grão, mas em paz espera o resultado, certo de que Deus pensará nisso, providenciará.
Essa atitude de paz pode-se ler também nas ações da semente e da terra.
Jesus parece querer dizer, com isso, que tudo se submete, ou melhor, se confia a Deus em paz.
Meditando o texto
Da parábola narrada por Jesus podemos extrair, para reflexão, a atitude de grande paz que preenche esta cena. Existe paz no trabalho do homem, que entrega ao seu destino aquilo que semeia. Existe paz quanto ao que acontece com a semente, escondida e mal e mal visível, que depois dá um fruto extraordinário.
Tudo isso nos recorda que o Reino de Deus já está presente na vida de todos os dias, não é só um acontecimento que viveremos num dia distante, mas algo que já desde agora podemos experimentar, e que, mesmo que pequeninos, precisamos empenhar-nos a construir e difundir.
Podemos se colaboradores de Deus na difusão do Reino, portadores de paz com a atitude que Jesus ensina nessa parábola. Nós não somos os donos da semente, nem somos os que a fazem crescer, mas para difundir paz nós podemos preparar a ação de Deus, facilitá-la, testemunhando a sua bondade. Não podemos provocar a resposta favorável de Deus, mas podemos, em certo sentido, preparar-lhe o caminho, cumprindo obras de caridade para com os outros, que facilitem a igualdade e a justiça.
Procurando, agora, questionar-nos
-Sou portador da paz, no sentido de que, quando me encontro em discussão com os outro ou em desavenças, sei ceder também em primeiro lugar?
-O Senhor está sempre presente, também naquilo que me parece ser obrigação minha?
-Para ser portadores de paz será necessário sempre estar conscientes de que os outros são melhores que nós. O que penso a respeito disso?
Retirado do Livro A Palavra para os Jovens – Ed. Ave Maria
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