O evangelho de hoje é ação de duas personagens profundamente diferentes: o fariseu e o publicano. O fariseu representa o justo reconhecido como tal perante a lei. Visto que a lei exprimia a vontade de Deus, ele não só a escuta nos mínimos detalhes, como observa escrupulosamente todos os mandamentos e proibições, e além do que estava prescrito.
O publicano não é um santo, pelo contrário, é um grande pecador público. Bem sabe disso e nem procura se desculpar. Tudo acontece como se aceitasse o julgamento do fariseu. Nem tem a coragem de levantar os olhos para o céu e de erguer as mãos para rezar, como era costume. Olha o chão e bate no peito dizendo: “Meu Deus, tem piedade de mim, pecador!”
Lucas conclui o evangelho dizendo que o publicano voltou justificado para a sua casa e não o outro. O fariseu, apesar de todos os seus méritos, cometeu um duplo erro: primeiro, ele se autojustifica, não esperando nada de Deus. Depois, não age por amor. Ele dá graças a Deus não porque Deus é a fonte de toda justiça, mas porque não se sente “como o resto dos homens...”
Lucas diz, no inicio, que Jesus contou essa parábola para “alguns que, convencidos de serem justos, desprezavam os outros”. E quem de nós não carrega dentro de si um pouco desta convicção?
Que o Senhor mesmo venha tirar de nós toda atitude de auto-suficiência e nos dê a graça de reconhecer sinceramente que só ele é justo e capaz de nos justificar diante dele. Graças a Deus a salvação não depende da nossa santidade, mas da sua misericórdia. E essa é a boa nova do evangelho de hoje
Retirado da Revista de Liturgia
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