Epifania: Manifestação da ternura de Deus no mundo

Clima do Natal... A alegria invade nossos corações. Tudo respira festa. As casas, as ruas e as igrejas permanecem enfeitadas com símbolos natalinos. Partilhamos votos de Feliz Natal e Próspero Ano Novo. A paz parece ter encontrado a sua morada entre nós e construído a sua casa no mundo. Prolongamos visitas aos amigos e familiares. Preparamos confraternizações. Não nos casamos de ouvir musicas natalinas. Um desejo enraizado no coração nos faz cantar: “Glória a Deus e paz na terra aos homens de boa vontade”. Rezamos para que essa paz e essa harmonia perdurem por muito tempo ou que nunca se apague. O nascido em Belém é o Príncipe da Paz. Ele é a nossa salvação.

Natal e Epifania são duas festas que celebram o mesmo Mistério. No prefacio da Epifania rezamos: “Quando Cristo se manifestou em nossa carne mortal, vós nos recriastes na luz eterna de sua divindade”. Na oração sobre as oferendas da missa da noite de Natal rezamos: “Acolhei ó Deus, a oferenda da festa de hoje, na qual o céu e a terra trocam seus dons, e daí-nos participar da divindade daquele que uniu a vós a nossa humanidade”.

No Natal lembramos a manifestação do Senhor aos seus concidadãos, representados pelos pastores. Na Epifania voltamos nosso olhar para os outros povos e nações, representadas pelos magos.

A Epifania é a revelação da ternura do Deus que deseja salvar a todos. Contudo, ele só será salvação se a comunidade se colocar em sintonia com a salvação que é oferecida a todos.

Deus na sua bondade alimenta nossos sonhos de paz e oferece sinais. Os ninais de Deus não são os mesmo: os magos tiveram a estrela, Herodes teve a palavra dos magos, os judeus tiveram a Escritura. Deus continua falando de muitas maneiras. O importante é pôr-se em atitude de busca.

Os magos do Evangelho representam os povos que caminham ao encontro da Paz, que é o próprio Deus. Ele vem até nós em Jesus. Nós temos de nos colocar no caminho da procura. Essa procura não é fácil. Há momentos em que não vemos mais “a estrela”, não vemos os sinais de Deus e ficamos perdidos.

No Evangelho Jesus aparece como resposta ás expectativas do povo de Israel e de todos os povos. Os magos são os verdadeiros fiéis que adoram o Filho de Deus e antecipam a comunidade eclesial. Do nascimento de Jesus, segue o nascimento da Igreja, destinada a ser “uma multidão imensa, que ninguém podia contar, gente de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9).

A Epifania retoma o Natal de Jesus celebrando a sua humanidade manifestada a todos os povos. Traz consigo a mística de que a salvação destina-se a todos: “Levanta-te e brilha, Jerusalém, olha o horizonte e vê. Sobre todas as nações brilha a glória do Senhor” (Is 60,1). Manifestamos hoje o Redentor de todos os povos e façamos deste dia a festa de todas as nações. Epifania é a festa da chegada da Paz para todos os habitantes da terra. É a festa do encontro da paz com as culturas, religiões e crenças.

Retirado do Livro Liturgia em Mutirão – Ed. CNBB

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