A espiritualidade da
família é o modo como cremos, seguimos, permanecemos, amamos Jesus no nosso dia
a dia. Precisamos ter uma fé viva e uma vida de fé, as duas coisas precisam
andar juntas.
Espiritualidade da família
é você tratar a sua família com misericórdia, perdão, amor. Vida de oração é
questão de vida ou morte para o cristão. Minha pregação podia ser só isso, eu
poderia parar por aqui:
Oração da família
confiante: ‘Senhor, trata-me amanhã do mesmo modo como eu tratei a minha
família hoje!’
Desejo que Deus te
trate exatamente como você tem tratado a sua família, que Deus tenha paciência
com você como você tem tido paciência com seus filhos. E se, por acaso, você
não quer ser tratado assim, mude hoje. É hora de mudar o comportamento e ser
cão vira-lata que sempre faz festa quando o dono chega. Independente de como
ele esteja, o cachorro gosta do dono.
A mídia está
transformando sua filha, seu filho, em gatos, com uma preocupação exagerada com
a aparência e a falta de docilidade do cachorro vira-lata que lambe os de casa
e morde os da rua. As pessoas, hoje, têm mordido os de casa e lambido os da
rua. Tratamos as pessoas como uma benção, mas dentro de casa qualquer
palavrinha tira a harmonia conjugal, porque falta oração. Oração é tudo, ou
você reza ou não terá, não fará, não será nada! Precisamos ser pessoas de
oração! A oração pessoal é eu e Deus; a oração conjugal, eu, meu esposo e Deus,
a oração familiar, eu, meu esposo e os filhos.
Espiritualidade é saber
que tem alguém em nosso favor que nos defende, mas é preciso estar na presença
do Senhor, não como aquele que pede, mas como aquele que oferece. O segredo
para sua família ser o que tem que ser é você parar de pedir e começar a
oferecer. O que você está oferecendo para Deus na sua oração?
Oração não é pedir,
oração é oferecer, é apresentar. Maria nos ensina como a família deve rezar.
Nas bodas de Caná, o vinho acabou e Maria não pediu a Jesus, ela apenas
constatou que tinha acabado o vinho. A minha missão na oração é apresentar e
não pedir. Quando se pede, você está fechando a ação de Deus e aquilo que Ele
pode fazer. Quando você apresenta para Deus, Ele tem liberdade para agir em
você.
A parábola do filho
pródigo que está no Evangelho de Lucas, capítulo 15, diz que o filho chegou ao
pai e pediu a parte da herança que lhe cabia. O problema está aí, quando ele
disse: “Dai-me!”. Depois dessa palavra, foi só sofrimento, ele perdeu tudo. Quem
abandona a Eucaristia para ficar comendo a lavagem do mundo terá fome sempre.
No final, quando retornou para casa, o filho disse “Não sou digno, faça-me um
empregado teu!”. Antes ele disse “dai-me”, depois “faça-me”, aí está a
espiritualidade, precisamos para de dizer “dai-me”, pois a graça de Deus
acontece quando nos colocamos na presença de Deus e dizemos: “Eu não sou digno,
faça-me! Faça na minha família, no meu casamento, eu não sou digno.”
Há um detalhe que não
pode passar despercebido. Como aquele filho mudou do “dai-me” para o “faça-me”?
O pai daquele jovem sabia que ele estava no chiqueiro, mas não foi atrás dele.
O pai não foi até o chiqueiro, mas todos os dias pensava: “Ele vai voltar!”. O
seu filho vai passar do “dai-me” para o “faça-me”, se você permitir. Tem
momentos, que é preciso deixar que os membros da nossa família fiquem no
chiqueiro um pouquinho para aprenderem.
Em João 15, 1-2 vai
dizer o seguinte: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo
ramo que não der fruto em mim, ele o cortará; e podará todo o que der fruto,
para que produza mais fruto.”
Quando você está no
“dai-me” está apenas acumulando coisas, quando está no “faça-me” está
abandonando coisas para aprender a ser. O podão é a cruz para sermos mais, para
que possamos produzir mais frutos. Cada podada que Deus me dá é Ele dizendo:
“Você pode produzir mais!” Deus vai nos podar, porque somos boa videira e
podemos dar mais.
Comece a rezar assim:
“Senhor, não quero ter um relacionamento com ninguém que o Senhor não queira,
não quero afastar ninguém que o Senhor não queira.”
E mesmo na dor diga
para Deus: “Eu não entendo, Senhor, mas faça-me! Seja feita a Sua vontade!”
Quando Deus começar a podar você, saiba que é para multiplicar os dons, é para
que algo melhor aconteça. Não tenha medo de falar para Jesus: “poda-me, Senhor,
porque eu quero produzir mais!”. Olhe para seu filho e profetize na vida dele,
só falta você, pai e mãe, rezar por ele e pedir: “Poda meu filho, Senhor, e
faça o que deve ser feito!”
Se você não deixar Deus
fazer, não terá espiritualidade familiar. Deus sempre tira o pior para dar o
melhor. Ele vai honrar sua família, vai honrar sua fé!
Os três tipos de peixe
A carpa é um peixe
lerdo, não tem defesa nenhuma. Sabe que tem que perder para o outro ganhar,
então não tem vontade alguma. É a pessoa que não tem sonho, não vive. Eu perco
para o outro ganhar.
O segundo peixe é o
tubarão, malvado. O peixe que ele gosta de comer é a carpa e tem a frase: ‘Eu
ganho para você perder.’ Por isso, muitos casais não dão certo, porque é a
carpa com o tubarão, um querendo mandar mais que o outro.
E o terceiro peixe é o
golfinho que diz: ‘Eu ganho para você ganhar.’ O segredo do golfinho é o nariz
que é uma cartilagem resistente. Quando ele vê o tubarão comendo a carpa, a
família de golfinhos ataca o tubarão e ele não consegue comer a carpa, nem
pegar golfinho algum, porque eles trabalham em equipe.
Que tipo de
relacionamento existe em sua família? É a ‘família carpa’ que está perdendo
para a droga, para a bebida, para a mídia? É a ‘família tubarão’ onde se
xingam, brigam? É a ‘família golfinho’ que trabalham juntos?
Deus quer que você seja
uma ‘família golfinho’, que nunca deixa o filhote doente, não deixa o outro
para trás e não se consideram um melhor que o outro.
Padre Chrystian Shankar
Pároco do Santuário
Nossa Senhora Aparecida em Divinópolis – MG
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