27º Domingo do Tempo Comum

Já vimos nos domingos anteriores como Jesus vem enfrentando resistências, principalmente por parte das autoridades religiosas de então. Não viam a hora de poder pegar Jesus em alguma armadilha por eles bem arquitetada.

Tão escravos e dependentes, viviam padrões legalistas meramente humanos. Não conseguiam ver, e muito menos admitir, na pessoa daquele humilde Jesus de Nazaré o próprio Deus se “casando” com a humanidade.

Daí a pergunta capciosa de alguns fariseus, baseando-se numa lei do tempo de Moisés: é permitido ao homem divorciar-se de sua mulher? Pode ou não ao pode? A lei diz que pode! (Mc 10,2-4).

Jesus, sabiamente, não se deixa envolver pela questão meramente legal. Ele vai à raiz das questões: Se a lei permitiu tal tipo de procedimento, foi para atender à “dureza do coração de vocês”, resultante do afastamento do coração de Deus. Foi porque vocês de desconectaram do projeto original de Deus em relação ao ser humano (cf. primeira leitura)!

Como lembra Jesus: Desde o começo da criação Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe” (v.6-9).

Aos discípulos, depois, Jesus explica em particular que o divórcio significa “adulteração” de uma relação e, por isso mesmo, fora do plano de Deus. O projeto de Deus é que todas as relações humanas – começando pelo casamento, é claro – sejam de amor, compaixão, perdão: verdadeiras. Pois Deus é assim em relação a nós! Por isso se entende que, logo em seguida, Jesus se “aborrece” com os discípulos por repreenderem as crianças trazidas para que as tocasse.

Como que a dizer: deixem elas vir, e, quanto a vocês, voltem a ser como elas, e então experimentarão o sentido do Reino de Deus como relação humana pura, sem falsidade, sem adulteração. Isso que é bênção! Por isso cantamos o Salmo 128, cujo refrão soa assim: O Senhor te abençoe de Sião, cada dia de tua vida (cf. v.5)

Trata-se de uma bênção, porque, como diz a carta aos Hebreus, na segunda leitura (Hb 2, 9-11), tanto Santificador (Jesus), quanto os santificados (seus discípulos) descendem do mesmo ancestral (Deus Pai) (cf. v.11).

Diocese de Limeira

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