A Vigília Pascal é a grande festa dos cristãos e possui a Liturgia mais solene da Igreja, a mãe de todas as vigílias e Liturgia. A celebração mais bonita e marcada pela emoção e pelo louvor. No Exultet cantamos: Pois eis agora a Páscoa, nossa festa, em que o real Cordeiro se imolou: marcando nossas portas, nossas almas, com seu divino sangue nos salvou.
Na celebração, somos acolhidos com palavras muito afetuosas: Nesta noite santa, em que nosso Senhor Jesus Cristo passou da morte para a vida, a Igreja convida os seus filhos dispersos por toda a terra a se reunirem em vigília e oração. Se comemorarmos a Páscoa do Senhor ouvindo sua Palavra e celebrando seus mistérios, podemos ter a firme esperança de participar do seu triunfo sobre a morte e de sua vida em Deus.
Na Vigília pascal, noite toda iluminada com a luz do Ressuscitado, nela nós mergulhamos. Na liturgia sentimos o passado, hoje presente na celebração. Vivemos o presente com a ressurreição de Cristo e nossa ressurreição, aqui e agora. Sentimos o futuro como presença, aqui e agora, de um final feliz. É a noite da vitoria, da alegria, da festa, pois a nossa vida em Cristo ressuscitado tornou-se luz, vida e vitoria. Aleluia.
Nesta noite, a comunidade se reúne para celebrar a ressurreição do Senhor – acontecimento histórico que a constitui e identifica. Celebra Cristo, o novo Adão, a nova criação do mundo. Cristo é o Moises que liberta o povo de todas as escravidões. Em Cristo o povo livre e peregrino, fundamentado na nova Aliança com Deus, vive a plenitude da promessa e faz a experiência da fraternidade e da partilha.
O Círio Pascal é o símbolo de Cristo Ressuscitado que vence toda escravidão. Acendemos as nossas velas no Círio e saímos pelas ruas cantando a nossa ressurreição e nossa vitoria no Ressuscitado.
Na Vigília Pascal, lembramos e renovamos o nosso batismo. Pelo batismo morremos e ressuscitamos com Cristo. Mergulhamos nas águas para enterrar todo o pecado. Saímos da água para simbolizar que em Cristo iniciamos uma nova vida renovada e vivida no Espírito Santo.
O momento alto desta noite é a celebração da Eucaristia. Bendizemos ao Pai que ressuscitou seu Filho e nos faz participantes da sua vitoria sobre a morte. Reunidos ao redor da mesa, comemos o pão partilhado e bebemos o vinho, sangue derramando, como convivas, na esperança de um dia participar para sempre na festa do Reino, que um dia será plena e nunca se acabará.
A Vigília, portanto, é constituída de três momentos fundamentais: o momento da Palavra, o momento do batismo e o momento da Eucaristia como ponto alto. Mas é preciso ver a Vigília pascal no contexto do tríduo pascal que engloba a sexta-feira, o sábado e o domingo.
Para os primeiros cristãos a grande participação na páscoa de Cristo se dava na Vigília Pascal. O desafio hoje é resgatar o sentido original da Vigília Pascal como ápice do Ano Litúrgico e expressão máxima de apresentação na Ressurreição do Senhor.
Nesta celebração da Vigília Pascal, acolhamos a Palavra da ressurreição e deixemo-nos abençoar por esta Palavra. Passando pelas águas batismais, mergulhemos na imensidão da compaixão do Pai que nos recria para o novo jeito de viver.
A Vigília Pascal nos liga e nos introduz na celebração do Domingo da ressurreição e nos move para a festa dos cinqüenta dias de festa: “Este é o dia que o Senhor fez para nós. Alegremo-nos e Nele exultemos”. Mas a missa da Vigília é a verdadeira missa do Domingo de Páscoa. As outras missas durante o domingo são prolongamento da Vigília e mantém o clima pascal festivo.
Retirado do Livro Liturgia em Mutirão – Ed. CNBB
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