Na sua tradicional
mensagem Urbi et Orbi, o Papa Francisco rezou pela paz e recordou os conflitos existentes em
diversas partes do mundo
Da redação, com Rádio
Vaticano
“Onde nasce Deus, nasce
a esperança, nasce a paz e floresce a misericórdia”. Essas foram as palavras
iniciais do Papa Francisco na tradicional mensagem Urbi et Orbi, por ocasião do
Natal. Durante a reflexão, o Pontífice rezou pela paz.
Ao recordar os tantos
conflitos em andamentos nas diversas partes do mundo e as situações que ferem a
dignidade humana, pediu: “Ao contemplar o presépio, fixemos o olhar nos braços
abertos de Jesus, que mostram o abraço misericordioso de Deus, enquanto ouvimos
as primeiras expressões do Menino que nos sussurra: A paz esteja contigo”.
Diante de milhares de
fieis reunidos na Praça São Pedro e adjacências, o Papa Francisco dirigiu-se “à
cidade e ao mundo” da sacada central da Basílica de São Pedro, para anunciar
que “Cristo nasceu para nós (…) Ele é o dia luminoso que surgiu no horizonte da
humanidade. Dia de misericórdia, em que Deus Pai revelou à humanidade a sua
imensa ternura. Dia de luz que dissipa as trevas do medo e da angústia. Dia de
paz, em que se torna possível encontrar-se, dialogar, reconciliar-se. Dia de
alegria, Uma grande alegria para os pequenos e os humildes e para todo o povo”.
Presépio: Sinal de Deus
Francisco diz que o
presépio mostra um sinal de Deus e convida todos para que, juntamente com os
pastores, “prostremo-nos diante do Cordeiro, adoremos a Bondade de Deus feita
carne e deixemos que lágrimas de arrependimento inundem os nossos olhos e lavem
o nosso coração”.
“Ele, só Ele, pode nos
salvar. Só a Misericórdia de Deus pode libertar a humanidade de tantas formas
de mal, por vezes monstruosas, que o egoísmo gera nela. A graça de Deus pode
converter os corações e suscitar vias de saída em situações humanamente
irresolúveis”.
Ai prosseguir, o
Pontífice afirma que onde nasce a paz, já não há lugar para o ódio e a guerra,
e recorda que precisamente lá onde veio ao mundo o Filho de Deus feito carne,
continuam tensões, violências e a paz continua um dom que deve ser invocado e
construído.
“Oxalá israelenses e
palestinos retomem um diálogo direto e cheguem a um acordo que permita a ambos
os povos conviverem em harmonia, superando um conflito que há muito os mantém
contrapostos, com graves repercussões na região inteira. Ao Senhor, pedimos que
o entendimento alcançado nas Nações Unidas consiga quanto antes silenciar o
fragor das armas na Síria e pôr remédio à gravíssima situação humanitária da
população exausta. É urgente que o acordo sobre a Líbia encontre o apoio de
todos, para se superarem as graves divisões e violências que afligem o país.
Que a atenção da Comunidade Internacional se concentre unanimemente em fazer
cessar as atrocidades que, tanto nos referidos países, como no Iraque, Líbia,
Iêmen e na África subsaariana, ainda ceifam inúmeras vítimas, causam imensos
sofrimentos e não poupam sequer o patrimônio histórico e cultural de povos
inteiros”.
Atos terroristas
O Papa recordou ainda
as vítimas dos hediondos atos terroristas, em particular pelos massacres
recentes ocorridos no Egito, em Beirute, Paris, Bamaco e Túnis. Francisco pede
também consolação e força ao Menino Jesus para os cristãos perseguidos em
muitas partes do mundo por causa de sua fé. “São os mártires de hoje”.
Diálogo
O fortalecimento do
diálogo na República Democrática do Congo, no Burundi e no Sudão do Sul foi
ressaltado pelo Papa, “em prol da edificação de sociedades civis animadas por
sincero espírito de reconciliação e compreensão mútua”.
O Papa referiu-se
também à Ucrânia, pedindo que a verdadeira paz “inspire a vontade de cumprir os
acordos assumidos para se restabelecer a concórdia no país inteiro” e que
ilumine os esforços do povo colombiano, para que “continue empenhado na busca
da desejada paz.
Dignidade humana
Francisco recordou
também a existência de homens e mulheres que estão privados da sua dignidade
humana e, como o Menino Jesus, sofrem o frio, a pobreza e a rejeição dos
homens. “Chegue hoje a nossa solidariedade aos mais inermes, sobretudo às
crianças-soldado, às mulheres que sofrem violência, às vítimas do tráfico de
seres humanos e do narcotráfico”.
O drama das milhares de
pessoas que viajam em condições desumanas, arriscando a própria vida em busca
de segurança e de uma esperança também foram recordados por Francisco.
“Sejam recompensados
com abundantes bênçãos quantos, indivíduos e Estados, generosamente se esforçam
por socorrer e acolher os numerosos migrantes e refugiados, ajudando-os a
construir um futuro digno para si e seus entes queridos e a integrar-se nas
sociedades que os recebem”.
Desempregados
O Santo Padre também
pediu que o Senhor dê esperança aos desempregados e sustente “o compromisso de
quantos possuem responsabilidades públicas no campo político e econômico, a fim
de darem o seu melhor na busca do bem comum e na proteção da dignidade de cada
vida humana”.
Misericórdia
Ao falar da
misericórdia, o Papa dirigiu-se aos encarcerados. “Onde nasce Deus, floresce a
misericórdia. Este é o presente mais precioso que Deus nos dá, especialmente
neste ano jubilar em que somos chamados a descobrir a ternura que o nosso Pai
celeste tem por cada um de nós. O Senhor conceda, particularmente aos
encarcerados, experimentar o seu amor misericordioso que cura as feridas e
vence o mal”.
“E assim hoje e juntos,
exultemos no dia da nossa salvação, fixando o olhar nos braços abertos de Jesus
no presépio, que nos mostra o abraço misericordioso de Deus”. Francisco
proclama: “A paz esteja contigo”, e após concedeu a todos sua Bênção com a Indulgência
Plenária na forma prevista pela Igreja.
Feliz Natal
Ao concluir, Francisco
dirigiu-se a todos os presentes na Praça São Pedro e àqueles que o acompanhavam
pelos meios de comunicações, para desejar as suas mais cordiais felicitações de
Natal.
“É o Natal do Ano Santo
da Misericórdia, por isto, desejo a todos que possa acolher na própria vida a
misericórdia de Deus, que Jesus Cristo nos deu, para sermos misericordiosos com
os nossos irmãos. Assim, faremos crescer a paz.”
Paz e bem!
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