Essa pergunta entrou na
minha casa pela boca de um padre santo, que nos ajudou a descobrir o verdadeiro
sentido do Natal. Na ânsia de demostrar amor e proporcionar alegria para nossos
filhos, passávamos horas procurando os melhores presentes e preparando a ceia
da família para depois da Missa. Não que isso seja errado, mas o que não
percebíamos era que o Aniversariante e Sua mensagem ficavam esquecidos ou
restritos à Missa do Galo.
A palavra ‘Natal’
significa nascimento; porém, não existe registro que Jesus tenha nascido
exatamente no dia 25 de dezembro, ou que os discípulos comemoravam o nascimento
do seu Mestre. Como não se sabia ao certo a data, a Igreja Ocidental, no século
V, definiu que seria celebrada no dia da festividade romana em honra ao
nascimento do Sol, e a data se enraizou no mundo Ocidental.
Apesar de não se
afirmar a data correta, o nascimento e a missão de Jesus foi tão impactante,
que dividiu a história em antes e depois d’Ele. Para buscarmos a autenticidade
do Natal, o primeiro passo é entendermos o que ele significa.
O real motivo de
celebrar o Natal
Nossa reflexão começa
com uma afirmação: Ele é o nosso verdadeiro Sol que ilumina nossa vida. Para os
cristãos, o nascimento de Jesus faz parte do plano de salvação de Deus para a
humanidade. Esse é o motivo pelo qual celebramos o Natal; portanto, faz parte
do papel dos pais, verdadeiramente cristãos, recordar e vivenciar o nascimento
do Salvador no coração das famílias, mostrando quem é o verdadeiro
aniversariante.
Outra reflexão: se a
data surgiu de uma comemoração pagã e ainda hoje muitos pagãos celebram o
Natal, qual a diferença de comportamento dos cristãos? Provavelmente, a ideia
das lembranças surgiu com a leitura dos reis magos levando presentes. Como o
mundo egoísta nos leva a olhar para o “eu”, natural que quem recebe presentes
sejamos nós e os nossos. Nas escrituras, os magos levaram presentes para quem?
Para Jesus.
Atualizar o Natal
durante todo o ano
As respostas para as
perguntas acima podem mudar a nossa forma de comemorar o Natal. Comemoramos
como pagãos quando os nossos comportamentos são mundanos. Como cristãos, o
nosso comportamento é voltado para o outro, de acordo com os ensinamentos de
Jesus para os pobres e humildes. Como os reis magos levam presentes para Jesus,
os pais ensinam os filhos a saírem de si para ajudar os que precisam. Isso
atualiza no Natal a autenticidade da mensagem que deverá ser cumprida o ano
todo.
Os símbolos de Natal,
como o Papai Noel; os enfeites e a ceia, entre outros, desvirtuam o verdadeiro
sentido, que é a manifestação da misericórdia de Deus. Precisamos ensinar
nossos filhos a adorá-Lo verdadeiramente.
Para quem o Natal é a
festa mais importante do ano
Muitos afirmam que a
festa de Natal é a mais bonita e importante do ano. Para quem? Para os
shoppings, que comercializam o espírito de Natal e enfatizam a figura do Papai
Noel, mas não a de Jesus. Incentivam os pais a comprarem presentes para
amenizar o sentimento de culpa, por não terem tempo para os filhos. Nas casas,
o Natal deve lembrar a Gruta de Belém, a família adorando o Aniversariante que
veio ao mundo para nos salvar. É uma noite de gratidão.
O essencial na noite de
Natal
Nesta noite, podemos
lembrar que José e Maria tinham muito pouco materialmente para oferecer a
Jesus, mas deram o que tinham de melhor, o tempo e as experiências para educar;
a convivência, para que Ele pudesse descobrir Sua verdadeira identidade; os
seus conhecimentos da Escritura, para formá-Lo; e a sabedoria de brincar, seja
em Belém, no Egito ou em Nazaré. Com nossos filhos não e diferente. Muito mais
importante do que presentes que são abertos e descartados em pouco tempo, o que
fica são os laços familiares que construímos ao logo da vida, que comemoramos
no Natal.
Nosso artigo, hoje,
alerta-nos para que, no meio de tantas luzes, presentes e comidas, famílias
podem morrer na escuridão, com fome e com sede da vida eterna, por perder a
autenticidade.
Feliz Natal!
Ângela Abdo
Coordenadora do grupo
de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES)
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