Natal de nosso Senhor Jesus Cristo

O nascimento de Jesus está situado num contexto de dominação imperial. Belém era uma pequena aldeia da Judeia, conhecida como a cidade do rei Davi (1Sm 16,1-13). Jesus, o Messias esperado, nasce igual a toda a criança, envolto em faixas como faziam as mães da Palestina. Na manjedoura porque não havia lugar, ele se identifica com os pobres, humildes, excluídos, representados pelos pastores. Em meio à noite escura, a mensagem do Senhor ilumina como na manhã da Páscoa: Não temais! Eis que vos anuncio a Boa Notícia, uma grande alegria para todo o povo: Hoje nasceu o Salvador que é o Cristo Senhor. Como em Is 9,5, Jesus é aclamado com títulos que resumem sua vida e missão: Salvador, pois resgata a humanidade com a entrega da vida; Cristo, porque realiza as esperanças instaurando um mundo novo; Senhor glorificado pela sua Páscoa. Contraposto ao imperador César Augusto, considerado salvador, Jesus oferece a dádiva escatológica da paz, a plenitude dos bens da salvação. A aclamação que celebra seu nascimento – glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos que ele ama – será cantada em Jerusalém, como coroamento de sua obra libertadora (19,38).

Na leitura de Isaías, o povo que andava nas trevas, humilhado pela devastação causada pela Assíria (séc. VIII a.C.), viu uma grande luz; renova a esperança com o novo rei Ezequias, figura do rei ideal “Emanuel” (Is 7,14). Esse anúncio plenifica-se em Cristo, que manifesta a presença do “Deus conosco” aos mais sofridos (Mt 4,12-25).

O salmista convida a louvar com um cântico novo, pois o Senhor vem para administrar a justiça na terra.

Na leitura a Tito, a graça oferecida por Deus se realizou em Cristo, reconhecido como Deus e Salvador. Ele se entregou para nos resgatar e santificar, para nos fazer viver como um povo que lhe pertence, dedicado às boas obras.
                                          
Jesus, a Palavra que se fez carne para oferecer a vida em plenitude (Jo 1,14.16), impele a reconhecermos os sinais de sua presença. A missão de construir um mundo novo de justiça, paz e fraternidade, continua em todos os que seguem a Boa Notícia manifestada em Cristo.    

Hoje nasceu para nós o Salvador do mundo. Louvemos a Deus Pai por tão grande dom, e renovemos a alegria pelo admirável mistério da sua manifestação em nossa carne. Ele renova conosco sua aliança para que nosso ser fragmentado se unifique e possamos viver relações novas e construir um mundo de comunhão e solidariedade.

Revista de Liturgia

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