A leitura de Sofonias
consola a Filha de Sião, personificação dos habitantes de Jerusalém, com a alegria
e a esperança. O Senhor, teu Deus, está no meio de ti; exulta de alegria por
tua causa, pelo “resto de Israel” (3,13) que permanece fiel na sua obra de
restauração.
O cântico de Isaías
afirma que todos poderão, com alegria, beber água nas fontes da salvação.
Na leitura aos
Filipenses, Paulo, que estava preso por causa do evangelho (1,13-26), ensina a
testemunhar a alegria no Senhor que está próximo. Essa certeza mantém a
confiança e suscita atitudes de bondade e paz.
No Evangelho, João
Batista, o Precursor de Jesus, continua a pregação exortando a produzir frutos
dignos de conversão. A repetição da pergunta “o que devemos fazer?”
(3,10.12.14) sublinha a disposição para acolher a palavra. As multidões são
chamadas a viver a partilha solidária: Quem tem duas túnicas, reparta com quem
não tem. E quem tem comida, faça a mesma coisa. Os publicanos, discriminados
por recolher os impostos para o império, impelidos a não cobrar além do
estabelecido, acolhem Jesus (5,27-29; 15,1; 19,2). Os soldados, desprezados por
defender o império, exortados a não maltratar ninguém com violência, ameaças,
acusações falsas, aderem ao evangelho (7,1-10; 23,47). O ministério de João faz renascer a esperança
em Jesus, o Messias: Eu vos batizo com água, mas vem aquele que é mais forte do
que eu, do qual não sou digno de desatar a correia das sandálias, tarefa
realizada pelos escravos. O batismo de João indica o caminho que conduz a
Jesus, que batizará com o Espírito Santo e com fogo, realizando as promessas de
salvação. A pá bifurcada, que jogava ao ar o grão e facilitava as sementes
caírem na eira e as palhas levadas pelo vento, são imagem da expectativa
radical de João Batista. Jesus, porém, não vem como Messias poderoso, mas como
Servo que resgata a dignidade dos excluídos (7,18-23).
Vivendo um momento tão
turbulento em nosso país e no mundo, nos sentimos impotentes. No entanto,
sempre pode haver um jeito de contribuir para melhorar. “O que devemos fazer?”,
eis a pergunta que podemos fazer a nós mesmos. O Senhor está perto, deixemos
que se acenda a chama da compaixão e façamos um gesto que revele a presença do
Senhor no meio de nós.
Exultemos de alegria e
demos graças a Deus, pois o Senhor nos confirma na paz que ultrapassa todo
entendimento e nos ajuda a trilhar o caminho da justiça. Repletos do Espírito
de Jesus, apressemos os sinais de sua vinda, no meio dos pobres, humildes e
sofredores.
Revista de Liturgia
Nenhum comentário:
Postar um comentário