Domingo da Sagrada Família de Jesus

A leitura de Eclesiástico, iluminada pelo quarto mandamento: Honrar pai e mãe (Ex 20,12; Dt 5,16), mostra que o respeito e a compaixão com os pais, faz ajuntar tesouros, obedecer ao Senhor. 

O salmo proclama felizes os que seguem os caminhos do Senhor.

A leitura aos Colossenses, numa sociedade marcada por desigualdades, aponta para o testemunho centrado na caridade, que é o vínculo da perfeição.

Os pais de Jesus, como todos os judeus piedosos e observantes da Lei, peregrinavam a Jerusalém nas principais festas: Páscoa, Pentecostes e Tendas (Dt 16, 16). O menino, próximo ao aniversário de treze anos, comprometia-se a observar os mandamentos através da festa do bar mitzvá (= filho do mandamento). Como a peregrinação era feita em grupos, Maria e José pensavam que Jesus estivesse com outras crianças e adolescentes. A permanência de Jesus em Jerusalém, no templo, a procura aflita de Maria e José prefiguram o mistério da Páscoa.  Três dias depois encontraram Jesus no templo, sentado em meio aos doutores, escutando-os e fazendo-lhes perguntas.  Os que ouviam Jesus ficavam maravilhados e sua mãe, ao vê-lo, lhe disse: Filho, por que agiste assim conosco? Jesus expressa a sintonia com a vontade do Pai: Não sabiam que devo estar ocupado com as coisas de meu Pai? Eles não compreenderam a palavra, assim como os discípulos diante do anúncio da paixão (18,31-34). A missão de Jesus, que revelará a comunhão com o Pai até a cruz, só pode ser acolhida na fé, como Maria que guardava todas as coisas em seu coração. Jesus de Nazaré crescia em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens. Na existência humana, o Filho único de Deus se revela como a própria Sabedoria, a manifestação plena da vontade divina (7,35; 11,31).
 
Jesus veio morar conosco, na realidade humana de uma família, para nos ensinar a viver o amor filial ao Pai, testemunhado nas relações fraternas e no serviço solidário. Num mundo onde a lógica conduz sempre mais ao individualismo consumista, é mais que oportuno apostar na força da comunidade, seja na família, seja em qualquer outra forma de convivência humana.

Reunidos, louvamos a Deus pela encarnação de seu Filho Jesus no seio de uma família humana. Celebrando o mistério pascal de Cristo, que o Espírito nos faça superar as diferenças, para que possamos crescer na sabedoria até chegarmos à maturidade de Corpo de Cristo.

Revista de Liturgia

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