O leproso acreditou por
ter a profunda convicção de que Jesus poderia purificá-lo. Hoje a lepra,
conhecida atualmente como hanseníase, tem tratamento, tem cura e cuidados muito
especiais para que não se agrave e não cresça. Pense como era difícil na época
de Jesus aquela carne leprosa, que ia ficando malcheirosa e à medida que ela ia
crescendo tanto mais crescia a repugnância das pessoas para com quem tinha essa
enfermidade.
O leproso vivia
afastado das pessoas, vivia marginalizado porque ele podia contaminar e
contagiar os outros; muitas pessoas nem suportavam estar com a pessoa daquela
forma. O leproso era tido como impuro, sujo e por isso era marginalizado. A
condição desse homem não era só o problema da sua situação física, mas o quanto
que, dentro do coração dele, ardia de sofrimento, porque ser marginalizado, ser
colocado à margem, ser tratado com a indiferença das pessoas dói, machuca e
provoca um sofrimento dentro do coração!
Por isso este homem
sabia que Jesus podia fazer algo por ele e clama: “Senhor, se queres, tu tens o
poder de me purificar” (Lucas 5, 12). Olhando a fé daquele homem, Jesus
estendeu a mão e disse: “Eu quero, fica purificado” (Lucas 5, 13). E a lepra
imediatamente abandonou aquele homem.
Deixe-me dizer a você:
Jesus nos quer limpos, purificados, mas não basta Jesus querer, nós precisamos
querer, precisamos acreditar! Talvez não nos demos conta de que existe uma
lepra tão mais dura do que aquela lepra física que aquele homem sofria: é o
estrago e o mau cheiro que o pecado causa em nós, o pior deles torna cegos a
nós mesmos, somos, muitas vezes, incapazes de enxergar a vida errada que
estamos vivendo. As impurezas dos maus pensamentos, dos maus sentimentos, das maldades
que, muitas vezes, só crescem dentro de nós e vão tomando corpo em nós,
fazendo-nos pessoas azedas, mesquinhas, raivosas e, frequentemente, cruéis.
Como precisamos nos
purificar desses monstros que crescem dentro do nosso interior! Como precisamos
nos purificar desses sentimentos mesquinhos que tomam conta da nossa mente, da
nossa mentalidade e fazem de nós pessoas egoístas e orgulhosas. Como cheira
mal, o quanto é má e contagiosa a maldade! E veja que a maldade não fica só em
nós.
Temos que nos preocupar
é com a nossa mesquinhez, com o nosso orgulho e com a maldade que existe dentro
de nós! Essa é a pior das doenças e a pior das enfermidades.
Que Deus nos purifique
e nos lave daquilo que dentro de nós está podre, estragado e não está nos
deixando viver em Sua graça.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
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