Jesus entra novamente
na sinagoga e ali estava um homem de mão seca. O problema é que era um dia de
sábado, e é óbvio que os doutores da Lei, os fariseus e todos aqueles que se
opunham à Palavra de Jesus estavam de olho em Suas ações. No entanto, o Senhor
Jesus não teve receio humano e, ao entrar naquela sinagoga, voltou-Se para
aquele homem e dele teve misericórdia e compaixão.
Aquele homem estava
apenas com a mão seca e precisava de uma mão que tocasse na sua, que a curasse
daquela paralisia que sofria. E o que fez o Senhor sofrer não foi o homem, cuja
mão estava seca, mas sim os homens de coração seco que estavam ao redor dele,
porque eles não olharam para o sofrimento daquele ser humano, não tiveram compaixão
daquilo que ele passava nem de sua situação. Eles se preocupavam com os
rituais, com o dia, se era sábado ou se não era sábado e não estavam
preocupados com o essencial.
Da mesma forma, algumas
vezes nós nos ocupamos com as coisas do Senhor, nos preocupamos com a toalha do
altar, com a vela que se coloca, nos preocupamos com que a igreja tenha um
sacrário muito bonito. Tudo isso é mais do que necessário, mas, muitas vezes,
nos falta a preocupação com o ser humano, com o filho de Deus machucado, sofrido,
oprimido, rejeitado, não amado, não acolhido!
Quanto nos falta de
zelo para com a pessoa do próximo! O zelo pelas coisas de Deus é saudável, mas
o zelo que nos salva é a caridade, é o cuidado para com a pessoa do próximo,
para aquele que entrou na igreja, ou até mesmo para aquele que nem entra na
igreja, porque nela não encontra espaço, acolhida ou atenção.
Jesus hoje não quer só
olhar para o homem de mão seca, Ele quer olhar para os nossos corações, muitas
vezes, secos pela falta de cuidado, ternura e compaixão para com as
necessidades do nosso próximo. Estamos demasiadamente ocupados e obcecados com
nossas coisas, com nossos trabalhos, com nossas obrigações e, muitas vezes, até
mesmo com os nossos compromissos de Igreja.
Desculpe-me, o ser
humano, o Cristo pessoa, o Cristo que vem ao nosso encontro na pessoa do nosso
irmão pobre, sofrido e necessitado (que não precisa ser somente aquele homem de
rua que necessita da nossa atenção), qualquer um do nosso lado que está com o
coração machucado, vale muito mais do que a vela e do que a tolha do altar ou
de qualquer coisa que nós possamos oferecer a Cristo. O melhor sacrifício que
oferecemos a Deus é cuidar do nosso irmão, é dar atenção ao nosso próximo!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade
Canção Nova
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