7º Domingo da Páscoa – Ascensão do Senhor

A 1ª Leitura dos Atos dos Apóstolos descreve a missão das comunidades cristãs primitivas, centradas na vida, morte salvífica e ressurreição de Jesus, assim como na esperança de sua vinda gloriosa. O Espírito do Ressuscitado, que havia sido prometido, renova e confirma os discípulos como continuadores do ministério de Jesus.

Os quarenta dias caracterizam o tempo simbólico de iniciação ao ensinamento do Ressuscitado, de preparação para a ação evangelizadora. Os quarenta dias remetem à experiência de Moisés no Horeb; à de Elias; à de Israel no deserto.

Cristo é glorificado junto ao Pai, após ter passado a vida a serviço do Reino, fazendo o bem às pessoas necessitadas. A nuvem, símbolo da presença divina, acentua que Jesus não abandona os discípulos, continua iluminando sua caminhada. O olhar da fé e a esperança na vinda gloriosa de Cristo devem manter a comunidade fiel no serviço ao Reino de Deus.

Os dois homens vestidos de branco remetem à experiência da ressurreição, da vida nova em Cristo. Conduzidos pela ação do Espírito Santo, os discípulos testemunham e anunciam a Boa-Nova de Jesus ressuscitado em Jerusalém, na Judeia, na Samaria e até os confins da terra.

A 2ª Leitura da carta aos Efésios está situada após um hino de louvor, seguido de um enunciado sobre o plano da salvação. Começa com uma prece confiante ao Pai, suplicando a sabedoria para conhecermos “a esperança à qual ele nos chama“. Deus revelou seu amor em Cristo “ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o sentar-se à sua direita, nos céus”. A esperança da comunhão plena na glória do Pai impele a percorrer o caminho de Jesus, nos serviço e no amor solidário

Cristo, servidor de todos até a morte na cruz, foi exaltado por Deus como Senhor do universo e da história, cabeça da Igreja, que é o seu corpo. A comunidade eclesial é chamada a ser presença atuante de Cristo no mundo, através do testemunho de comunhão e de solidariedade. Como membros, alimentados na vida de Cristo, que realizou o projeto salvífico em favor da humanidade, o cristãos são continuadores da missão libertadora em favor da vida plena de todos os povos.

A leitura do Evangelho de Mateus narra a parte final da obra deste evangelista. Está situada na “Galileia das nações”, uma região estratégica que facilitava o acesso de povos diversos e também a dominação, como a dos assírios no passado. Na Galileia, Jesus manifestou a presença do Reino de Deus, aliviando o sofrimento das pessoas, acolhendo os mais esquecidos, reunindo à sua volta um grupo de discípulos.

Antes da morte, ele prometeu encontrar os discípulos novamente na Galileia. O convite para ir à Galileia, lugar do encontro com Jesus ressuscitado, é confirmado na manhã da Páscoa. Jesus permanece vivo na Galileia por meio da ação solidária dos discípulos e discípulas.

A montanha remete ao anúncio das bem-aventuranças, ao programa de libertação, à revelação de Jesus Cristo na transfiguração. A comunidade dos discípulos e discípulas, à luz do mistério pascal, iluminada pela palavra, reconhece Jesus como o Kyrios, o Senhor do céu e da terra que conduz a história.

A presença do Ressuscitado é reconhecida de modo especial na oração e na celebração da comunidade: “Quando o viram, prostraram-se”. A contemplação, a experiência de comunhão com o Senhor alimenta a vida e o testemunho de fé. Alguns tinham dúvidas, ainda não haviam feito à experiência do encontro pessoal com o Ressuscitado.

O Ressuscitado se aproxima dos discípulos com a força do Pai amoroso, para infundir confiança e sustentar o caminho da fé. Os discípulos são enviados a evangelizar em nome de Jesus: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenha ordenado”.

A mensagem do Ressuscitado é universal, destina-se a todos os povos. O anúncio aos gentios, indicado de modo especial em 2,1-12, realiza-se agora plenamente. Toda a comunidade recebe a ordem de fazer discípulos, batizando-os e ensinando-os a observar os ensinamentos deixados por Jesus de Nazaré.

O objetivo essencial da missão é fazer discípulos de Jesus. O ensino e o Batismo estão direcionados para a formação de discípulos, para conduzir as pessoas ao encontro para a formação de discípulos, para conduzir as pessoas ao encontro com o Ressuscitado. O Batismo expressa a adesão da Jesus, a sintonia com sua mensagem. É o caminho da vida nova, que proporciona a nova relação de comunhão com o Pai, através do Filho e do Espírito Santo.

A força do Ressuscitado sustenta a missão dos discípulos, assegurando a continuidade de seu projeto libertador: “Estou convosco todos os dias até o fim dos tempos”. Jesus é o Emanuel, o Deus conosco, que guia o caminho de seus seguidores até o cumprimento de toda a justiça, missão confiada pelo Pai em seu Batismo.


Diocese de Limeira

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