Hoje, solenemente, celebramos o fato ocorrido na vida de Maria de
Nazaré, proclamado como dogma de fé, ou seja, uma verdade doutrinal, pois tem
tudo a ver com o mistério da nossa salvação. Assim definiu pelo Papa Pio XII em
1950 através da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus: “A Imaculada
Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre foi
assunta em corpo e alma à glória celestial.”
Antes, esta celebração, tanto para a Igreja do Oriente como para o
Ocidente, chamava-se “Dormição”, porque foi sonho de amor. Até que se chegou ao
de “Assunção de Nossa Senhora ao Céu”, isto significa que o Senhor reconheceu e
recompensou com antecipada glorificação todos os méritos da Mãe, principalmente
alcançados em meio às aceitações e oferecimentos das dores.
Maria contava com 50 anos quando Jesus subiu ao Céu. Tinha sofrido
muito: as dúvidas do seu esposo, o abandono e pobreza de Belém, o desterro do
Egito, a perda prematura do Filho, a separação no princípio do ministério
público de Jesus, o ódio e perseguição das autoridades, a Paixão, o Calvário, a
morte do Filho e, embora tanto sofrimento, São Bernardo e São Francisco de
Sales é quem nos aponta o amor pelo Filho que havia partido como motivo de sua
morte.
É probabilíssima, e hoje bastante comum, a crença de a Santíssima Virgem
ter morrido antes que se realizasse a dispersão dos Apóstolos e a perseguição
de Herodes Agripa, no ano 42 ou 44. Teria então uns 60 anos de idade. A
tradição antiga, tanto escrita como arqueológica, localiza a sua morte no Monte
Sião, na mesma casa em que seu Filho celebrara os mistérios da Eucaristia e, em
seguida, tinha descido o Espírito Santo sobre os Apóstolos.
Esta a fé universal na Igreja desde tempos remotíssimos. A Virgem Maria
ressuscitou, como Jesus, pois sua alma imortal uniu-se ao corpo antes da
corrupção tocar naquela carne virginal, que nunca tinha experimentado o pecado.
Ressuscitou, mas não ficou na terra e sim imediatamente foi levantada ou tomada
pelos anjos e colocada no palácio real da glória. Não subiu ao Céu, como fez
Jesus, com a sua própria virtude e poder, mas foi erguida por graça e
privilégio, que Deus lhe concedeu como a Virgem antes do parto, no parto e
depois do parto, como a Mãe de Deus.
Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós!
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