O amor é doação e necessidade


Neste artigo quero partilhar com vocês a bela intuição de C. S. Lewis sobre o amor-doação e o amor-necessidade em seu livro “Os quatro amores”.

Conforme ele mesmo diz, estava certo de poder dizer que o amor humano só mereceria ser assim chamado naquilo em que se assemelhava àquele Amor que é Deus, Amor-Doação. Mas, durante a reflexão ele percebeu, para o nosso bem, que a característica típica do nosso amor humano por Deus é o ser sempre, pela própria natureza, um amor-necessidade. Fato que se evidencia quando pedimos perdão de nossos pecados ou apoio nas tribulações.

Ora, o amor humano, para ser humano, necessariamente é um amor que necessita. O amor humano é amor-necessidade à medida que, sabendo-se necessitado, aproxima-se da vivência do amor-doação.

Constantemente o amor humano é taxado de puro egoísmo, mas, conforme afirma C. S. Lewis: ninguém chama de egoísta a criança que busca conforto na mãe, nem o adulto que procura “companhia” na pessoa de um amigo. O amor humano pode ser pervertido pelo pecado e se tornar egoísta, mas, em si, ele não é só egoísmo por necessitar primeiramente de Deus.

O amor humano, quando pervertido pelo pecado, pode tornar-se algo terrível, transformando-se assim em uma forma de ódio da pessoa contra si mesma, o que leva a pessoa à destruição nos diversos tipos de vícios.

É vontade de Deus que o nosso amor humano seja um amor necessidade: Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso (cf.Mt 11, 28). Também sabemos que é natural a necessidade que temos de convivência com as pessoas. Mas devemos viver de tal modo que, a nossa necessidade de convivência com as pessoas, não se torne maior que a nossa necessidade de estarmos com Deus e tê-Lo próximo a nós pela via da oração.

Deus abençoe você
Blog Fragmentos

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