A 1ª leitura acentua
que a páscoa judaica é o memorial da ação de graças pela libertação da
escravidão do Egito. Como no êxodo, a passagem do Senhor exige uma atitude de
prontidão: rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão.
Na 2ª leitura, a Ceia
do Senhor está centrada na ação salvífica de Cristo, que toma o pão e o cálice
e os distribui, como sinais do seu corpo entregue por amor e da Nova Aliança em
seu sangue. Fazei isto em memória de mim é a ordem imperativa do Senhor, que
nos compromete a celebrar a eucaristia e a multiplicar gestos de amor oblativo.
O evangelho pertence
aos discursos de despedida. Jesus, consciente que chegou a hora de sua Páscoa,
ama os seus até o fim, doando a vida pela salvação. Permanece fiel ao plano de
amor do Pai, que colocou tudo em suas mãos. Assim, a sua ação como Servo, no
lava-pés, prefigura o sentido da cruz e revela o amor divino incondicional. O
gesto de lavar os pés era um sinal de hospitalidade e podia ser realizado pelos escravos. Os
discípulos, representados por Pedro, ainda não compreendem o caminho do
Messias, a serviço da vida e da libertação. As palavras e ações de Cristo
convidam a deixar-se lavar, mergulhar na graça, para participar da comunhão com
Deus, realizada através de sua entrega total. A ação simbólica do lava-pés está
ligada ao novo mandamento do amor fraterno, que identifica quem segue Jesus, no
caminho da doação no amor.
Revista de Liturgia
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