Virtude, a alegria sem opressão


Comparada a educação aplicada às novas gerações, as pessoas que têm mais de 40 anos percebem, facilmente, a grande diferença que há na maneira como elas foram educadas. Talvez, temendo a desonra ou a ofensa à reputação da família, exigia-se dos filhos o pudor, não somente no comportamento ou nas roupas, mas nas brincadeiras e em todas as outras atitudes.

Os ensinamentos de uma educação rígida parecia pesar mais sobre as mulheres. Assim, os decotes eram comportados e as saias compridas à altura dos joelhos. As roupas, de maneira geral, em nada podiam marcar a silhueta do corpo feminino. A mesma preocupação havia para os trajes de banho, pois estes deveriam cobrir, de maneira moderada, algumas partes do corpo.

Transmitindo, ainda hoje, a ideia de que tudo é vergonhoso, imoral ou desrespeitoso, algumas pessoas têm dificuldades para acolher, com naturalidade, as partes mais íntimas do seu próprio corpo. Outras, mal conseguem se despir perto da pessoa com quem se casou.

É claro que os modos de se vestir não formam o caráter de ninguém. Sabemos que os tempos são outros e reconhecemos que, no passado, a maneira de se transmitir valores, quase sempre acontecia de modo opressor. No entanto, hoje, temos a impressão de que se tornou proibido proibir.

Percebemos estar cercados por uma cultura que maximiza o apelo à sensualidade. Isso parece ser a principal via em todas as mídias e está presente nos programas humorísticos, nas novelas, nas propagandas… Em quase tudo, observa-se a presença de uma bela modelo e, muitas vezes, ela chama mais a atenção do público do que o próprio produto apresentado.

Houve um tempo no qual as revistas com conteúdo impróprio para menores eram vendidas em embalagens escuras para ocultar as imagens da capa. Atualmente, em alguns sites na internet, ampliou-se os poderes da imaginação com cenas explícitas de sexo em alta definição.

Com tanta informação disponível, pessoas de todas as idades vivem embaladas ao ritmo do prazer vendido nas fotografias ou vídeos, comportando-se como quem sofre de uma verdadeira compulsão por tudo aquilo que diz respeito ao erótico ou ao sensual. A inocência foi ofuscada pela lascividade.

Jovens e adultos, numa concepção frágil sobre aquilo que interpretam como liberdade, rompem escrúpulos, derrubam normas, vivem relacionamentos desordenados, quase tudo por conta do liberalismo massificado. Ainda que eles saibam das consequências de seus atos, vivem como se tudo fosse natural, a ponto de transformar um ato sexual numa experiência sem compromisso. Muitas vezes, com alguém que conheceu há um dia ou com outras pessoas que, normalmente, não se relacionariam.

Não é difícil encontrar pessoas se comportando como se não tivessem domínio sobre si mesmas, revelando uma incapacidade de controlar seus impulsos.

Ensinar nossos filhos sobre a valorização das virtudes é prepará-los para viver o respeito ao próximo. Cabe a nós pais formar neles essa consciência. Assim como foi preciso nosso exemplo para lhes ensinar a balbuciar as primeiras palavras, será necessário ajudá-los a alcançar uma vida dentro da moral e dos bons costumes, a fim de que eles possam discernir sobre tudo aquilo que está maquiado como “normal”.

Tal ensinamento propicia a alegria de quem amamos, sem tolher a felicidade ou oprimir sua liberdade.

Dado Moura

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