Por que nos reunimos para celebrar a Liturgia?

Você já participou muitas vezes da Missa e de outras celebrações (da Palavra, do Oficio Divino, do Batismo, do Matrimonio, de Novenas, Procissões, Romarias etc.). Aí, você se reúne com irmãos e irmãs. Às vezes com muita gente. Outras vezes com pouca. Mas sempre estão juntos para celebrar. E juntos formam uma assembléia litúrgica.

Participando de celebrações litúrgicas e olhando para as pessoas aí reunidas, às vezes fico pensando e me pergunto: O que faz essas pessoas virem à igreja? O que as faz se juntar a esta assembléia e participar desta celebração? O que vai no íntimo de cada um, como interesse último? O que nos reúne em oração, em celebração, em assembléia litúrgica?

As motivações que levam as pessoas a participar de alguma Liturgia são muitíssimas e muito variadas, como é variada a história de cada um: costume, tradição, obrigação, medo, busca de solução para determinados problemas, gratidão pela solução dos outros, paixão pela Palavra e pela memória da Páscoa, gratidão a Deus pelo imenso amor que tem pos nós, energia para viver a Boa-nova do Reino de Deus, amor à Comunidade ( Corpo de Cristo, povo de Deus, família de Deus, Igreja).

Mas, bem no fundo, direta ou indiretamente, há uma motivação comum que move e une a todos. Quando as pessoas vêm buscar segurança, saúde, emprego, moradia, harmonia familiar e social, para si e para os outros, quando agradecidos vêm louvar a Deus, e quando na Liturgia encontram força e sentido para a luta em favor da justiça do reino, no fundo há um dado comum motivando a reunião de todos. É o amor à vida! Porque a vida é importante! Afinal, todos querem viver, todos apreciam viver, viver pra valer, eternamente, e todos queremos que todos vivam. Por isso nos reunimos. No fundo, é a importância que damos à vida e o amor que temos por ela que nos congrega para celebrar.

Ora, isso me faz pensar em Deus. Pois Deus é bem desse jeito: Amor à vida. Como dizia Santo Irineu: “A gloria de Deus é a vida das pessoas”. Pois Deus é a própria fonte da vida. A origem da vida. E a vida é importante para Ele. Por isso o chamamos de Pai.

Este amor de Deus pela vida se tornou patente em Jesus Cristo, principalmente na sua morte e ressurreição, pela qual libertou para a vida em plenitude.

Assim, nas pessoas que se reúnem em assembléia para celebrar a Liturgia, percebo que, no fundo, todos juntos estão imitando aquilo que Deus mesmo é: a vida. São um sinal do compromisso com a vida, que está no coração de Deus e de todos nós.

Nas pessoas reunidas em assembléia, mais que um sinal de Deus, vejo Deus mesmo nesta comum-união litúrgica de exaltação da vida. Vejo o Deus da vida nos sinais desta assembléia de irmãos e irmãs que se congregam de toda parte...

O que faz Deus ser esta fonte de amor à vida? É o fato de ele mesmo ser comunidade: Santíssima Trindade. Dela é que explode a vida. Dela desabrocha também o mais perfeito serviço à vida em Jesus Cristo. E dela vem a mais intensa animação da vida pelo Espírito que nos foi dado.

Participar de uma assembléia litúrgica é, no fundo, experimentar que o Deus não está longe, está perto, muito perto. Por isso nos reunimos para celebrar a Liturgia: porque o amor que Deus tem pela vida se fez corpo nesta assembléia reunida que é próprio templo da Trindade.

Nós nos reunimos para celebrar a Liturgia, porque a Liturgia vem de Deus como serviço à vida contra todos os poderes de morte. Na assembléia litúrgica experimentamos a Santíssima Trindade no seu templo que somos nós. Nela nos fortalecemos para a solidariedade e a paz em favor da vida, sobretudo dos mais pobres...

Retirado do Livro Liturgia em Mutirão – Ed. CNBB

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