Domingo dos que não carregam a sua cruz

Diante das multidões que o seguem, Jesus parece esfriar-lhes o animo e pede que vejam bem se, de fato, estão disponíveis para assumir as exigências do discipulado. Nós nos entusiasmamos e inchamos de orgulho quando vemos nossas igrejas cheias. Jesus não se preocupa tanto com números. Ele quer pessoas corajosas, dispostas a renunciar a tudo o que não condiz com seu projeto, e não deseja enganar nem iludir nenhum de seus seguidores. Instiga-os a fazer bem os cálculos para verem se têm condições de segui-lo até o fim e não se decepcionar diante da cruz assumida.

O relato do evangelho de hoje apresenta várias condições para ser discípulo de Jesus. A adesão à sua pessoa tem exigências radicais e provoca a ruptura com certos valores que consideramos importantes.

Três vezes o evangelho repete: “se..., não pode ser meu discípulo”. O compromisso com Jesus e seu projeto é algo muito sério e envolvente. Isso o demonstram as parábolas apresentadas no evangelho deste dia. Portanto, seguir Jesus de modo consistente requer disponibilidade para o compromisso com ele. Embora reflita uma realidade da época – seguir Jesus era perigoso -, o evangelho continua a nos pedir renuncia a tudo o que impede o seguimento livre.

Jesus nos pede muita sabedoria para renunciar a nós mesmos, aos familiares e aos bens matérias e assim ter coragem de assumir a cruz. O discípulo deve ser livre e desapegado para não ser surpreendido diante das exigências e para investir naquilo que é fundamental.

O que diferencia um cristão, discípulo de Jesus, de qualquer outra pessoa? Ser cristão significa identificar-se com Cristo e dele revestir-se; ter os mesmos sentimentos e as mesmas atitudes suas.

Retirado do Jornal O Domingo

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