A solenidade de Cristo
Rei não é uma festa triunfalista na qual celebramos um Deus imperador que
domina e controla tudo o que existe. Jesus mesmo já tinha dito que poder e
dominação não podiam constituir o pensamento orientador dos cristãos.
"Entre vocês não será como é no mundo, onde os governantes dominam os
outros e os tiranizam" disse Jesus aos seus apóstolos. A festa foi
instituída pelo Papa Pio XI no dia 11 de dezembro de 1925. Pode ser que naquele
momento houvesse necessidade de se afirmar a soberania de Jesus sobre todas as
coisas. Foi assim também que, a partir do século VI, começamos a retratar Jesus
sentando num trono cercado pela corte celeste, ou em posição séria e solene
como "aquele que tudo governa. Esta figura é chamada de "Pantocrator".
Jesus se parece um pouco com o soberano da corte bizantina, mas não como
dominador. Ele segura o Evangeliario com a mão esquerda e abençoa com a direita
mantendo juntos o polegar e o anular que representam as duas naturezas, divina
e humana, enquanto os três outros dedos indicam sua natureza divina na
Trindade. Nosso Cristo Rei é acima de tudo o Bom Pastor. Sua coroa de espinhos
mostra que ele sabe se sacrificar pelas ovelhas. Ele não veio para condená-las
e sim para salvá-las. O amor de Cristo Rei para com o seu povo se expressa no
interesse, na atenção, na preocupação para com todos. Ele não é, de forma
alguma, indiferente à sorte de cada um. Não deixa que ninguém se extravie e
indica com firmeza o caminho a ser seguido.
A 1ª Leitura nos faz
perguntar, que tipo de rei é Jesus Cristo, ou que tipo de governante? Ele é
como um pastor que cuida das suas ovelhas com carinho. Ele vai atrás das
ovelhas, procura para elas um lugar de repouso, trata das que estão feridas,
fortifica as doentes, vigia as que estão bem. Esse é o nosso rei, que
administra a justiça entre os membros do seu povo.
Na 2ª Leitura, Jesus é
o rei que subjuga as forças da morte. A morte é a expressão do poder do
inimigo, o demônio. Jesus não pisa sobre ninguém. Ele pisa somente sobre a
cabeça de satanás. Com a destruição da morte, pouco a pouco tudo vai se
submetendo a ele, até que Deus seja tudo em todos.
No Evangelho, o Rei que
se senta no trono do julgamento e tem diante de si todos os povos quer saber
apenas uma coisa de todos, cristãos e não cristãos, crentes e não crentes: o
que fizeram de concreto e positivo em favor de quem precisava. A esta pergunta
todos devemos responder: O que foi que você fez em favor de seu irmão
necessitado? Vamos tentar responder enquanto estamos a caminho e temos
possibilidade de conversão. Sempre é tempo de começar. O Evangelho dá
indicações bem definidas, que podem nos ajudar. Há gente com fome, há gente com
sede, há gente sem roupa, há doentes, há estrangeiros, há prisioneiros, gente
feia, gente sem graça, gente sem educação. O que por eles fizermos, será feito
a Jesus.
Blog Homilia Dominical
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