Estamos
terminando o ano litúrgico. Nesse período somos chamados à vigilância para ir
ao encontro do Senhor, Juiz do Universo. Com a próxima festa de Cristo Rei
sabemos a direção a tomar e o caminho a percorrer. O caminho da vigilância é o
bom uso dos bens que recebemos de Deus para produzir.
No
evangelho de hoje ouvimos a parábola dos talentos. As riquezas de Deus nos
foram confiadas para que as fizéssemos produzir. Deus não pede que tenhamos
tudo, mas que façamos produzir frutos os dons que recebemos. Ninguém é mais que
ninguém. Menor é o que não aproveita os dons que tem. Não é matemática nem
economia, mas correspondência aos dons que nos foram confiados. Preguiça
espiritual é sinônimo de corpo morto, inútil e prejudicial.
Quais
são os talentos que recebemos? (Talento equivalia a 26 kg de ouro ou prata –
6.000 dias de trabalho – 5 talentos eram um valor altíssimo). Um talento não
era uma moedinha.
Nós
chamamos talentos os dons que recebemos. Valem mais que dinheiro. Além dos dons
pessoais recebemos as preciosas riquezas dadas por Deus em Cristo: Sua Igreja,
os Sacramentos, a Palavra de Deus, a vida da comunidade, os ministérios, a
evangelização, o mundo criado que nos foi dado a cuidar e o amor ao próximo,
sobretudo o necessitado. Não produzir significa morrer. Não bastam oraçõezinhas
para a salvação. É preciso produzir frutos. Esta é a vigilância que Jesus pede:
responsabilidade sobre o que nos foi confiado. Não se trata de ficar apavorado
com um mundo que pode acabar de uma hora para a outra. Isso fica por conta de
quem não tem o que fazer com os dons confiados a ele.
O
maior dom é o cuidado dos necessitados. Nossa missão é resgatar o tempo
presente de todas as iniquidades, pois os dias são maus. A educação cristã
fixou-se quase só na prática de orações e rito e não tomou conta da vida no seu
todo.
Pe. Luiz Carlos de
Oliveira, CSsR
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