A liturgia de hoje,
seja na primeira leitura do Livro do Apocalipse de São João ou no Evangelho de
São Lucas, mostra-nos a necessidade da fidelidade a Jesus Cristo e a
“perseverança final”. Quem perseverar, quem permanecer firme no Senhor ganhará
a vida eterna, mas, primeiro, passará pela grande tribulação.
Se juntarmos todas as
tribulações que temos na vida, vamos logo perceber que a vida, por si mesma, é
uma grande tribulação. Há tormentos para todos os lados, eles vêm da natureza e
por meio dela. Quantos enfrentam tempestades, tsunamis, furacões, erosões e
tantos outros fenômenos da natureza! Quantas vezes experimentamos as provações
que vêm dos descuidos com a própria natureza, as tragédias que as enchentes
provocam em nosso meio, as privações e as provações que muitos de nós estão
passando por causa da seca, quando se experimenta o mesmo drama em vários
lugares do mundo.
Olhemos para a nossa
vida, olhemos para as tribulações pessoais que todos nós passamos. Uma hora,
nosso lado financeiro está bem; outra, está terrível. São os nossos que ficam
doentes, enfermos, são provações e privações que passamos no corpo, na alma e
no espírito. Depois, tempos difíceis, muitas vezes nem sempre fáceis de se
compreender.
Qual é o tempo que nós
vivemos? O tempo da grande tribulação. E para que ela serve? Primeiro, para nos
purificar do mal, dos pecados, das coisas ruins que absolvemos dessa vida, das
maldades que se alojam em nosso coração. As tribulações precisam produzir,
primeiro, dentro de nós essa purificação. Ao mesmo tempo, precisa também
conceder à nossa alma o dom, a graça sublime da perseverança.
Como é difícil
perseverar em alguma coisa! Começamos a fazer um propósito: “Ah, eu vou correr,
vou fazer isso e aquilo”. Mas logo desanimamos, perdemos a sintonia com aquilo
que nos propusemos a viver; e no Reino de Deus não é diferente. Quantos
propósitos bons já fizemos diante de Deus e desistimos no meio do caminho! Só
não podemos desistir do caminho da vida, não podemos desistir da vida em Deus!
A graça que precisamos
pedir ao Senhor, todos os dias, é da perseverança final para reinarmos com
Deus. Depois de superarmos todas as tribulações e aflições desta vida,
cantaremos o cântico do homem novo e da mulher nova, o cântico de Moisés, o
servo de Deus, o cântico do cordeiro, e reconheceremos a grandeza e a beleza
das obras do Pai, nosso Deus justo, poderoso e santo. Porque grandes,
verdadeiras e justas são as Tuas obras e os Teus caminhos, ó Rei de todas as
nações!
Que Deus nos dê a
sublime graça de sermos purificados e perseverarmos até o fim nos caminhos do
Senhor!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade
Canção Nova
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