Quantos pais investem
tempo e energia para educar seus filhos! Quantos buscam introjetar valores que
eles acreditam ser certos e importantes, tais como “quem fala a verdade não
merece castigo”! Porém, quando os filhos começam a ter contato com valores externos,
estes parecem ter uma força maior do que a dos familiares. Os filhos aprendem
com os colegas que a mentira pode ser uma forma de fugir de conflitos e fazer
aquilo que querem.
Como agir diante desses
confrontos? Não há receita pronta, mas há trilhas que ajudam. Conquistar o
coração é o início do processo para modelar a mente e a alma de seu filho, e
não deixar que outros conquistem este lugar.
A base de tudo é
lembrar que as pessoas decidem de quem vão aceitar a educação e como isso se
dará; portanto, todo trabalho da família deve ser buscar junto aos filhos ser
essa pessoa para eles. A pergunta principal é: como conseguir que os filhos
deleguem para você o direcionamento do processo de aprendizagem?
Para que o filho
delegue aos pais e não ao colega este ensino, o primeiro passo é criar laços
fortes com ele, por que as crianças aprendem e assumem como verdade os
ensinamentos de pessoas com as quais possuem laços afetivos e relação de
confiança. Se a convivência familiar é pior que a convivência com os amigos, o
filho começa a rejeitar o processo de aprendizagem interno, torna-se indócil,
rebelde e desinteressado na fala com os pais. Mas se no relacionamento entre
eles existir o diálogo, será possível resolver as discordâncias entre a
educação dada pelos pais e pelos colegas.
O segundo passo é
trabalhar o canal da comunicação, escutar o aprendizado externo e mediar com o
interno, mostrando ganhos e perdas. Conversar sobre consequências sem moralismo
é um caminho para o esclarecimento. Lembre-se de que, muitas vezes, eles trazem
novidades que vão mexer com o status atual da família, os quais precisarão ser
revistos. Não assuma posições radicais; ouça, encontre as causas do conflito e
busque concordâncias.
Outro passo é saber que
os pais não são donos da verdade, eles precisam reconhecer a necessidade de
mudanças, mostrar flexibilidade naquilo que não é importante e firmeza em
relação àquilo que é fundamental para o bem-estar dos filhos. Sabemos que é uma
linha tênue e difícil de ser definida, mas concentre esforços nos itens que tem
alto impacto no caráter das crianças.
Outra dica importante é
trazer para dentro de casa os coleguinhas de seus filhos, conhecer com quem
eles estão convivendo. Usando o conhecimento anterior, de que laços afetivos e
confiança aproximam pessoas e permitem influência sobre elas, busque isso junto
aos colegas de seus filhos. A prática nos ensina a usar o ensino por tabela,
pois, às vezes, é mais fácil influenciar os coleguinhas, para que estes atuem
melhor sobre nossos filhos.
Lembra-se de que a
educação não é uma ação solitária, os pais podem e devem buscar apoio da
escola, dos colegas e de profissionais nessa tarefa. O importante nesta
caminhada não é ter razão, mas conseguir que seu filho seja uma pessoa feliz,
saudável, realizada como pessoa, que se lembre de que não está só no planeta e
contribua para que outros também possam alcançar este mesmo patamar. Neste
processo, a caminhada espiritual ajuda muito, pois imprime valores coletivos,
de perdão mútuo, de verdade que liberta entre outros.
Nossa missão não se
restringe aos nossos filhos, mas à educação de gerações; afinal, eles serão
futuros educadores de seus filhos, e como foram modelados por seus pais,
provavelmente modelarão os outros.
Ângela Abdo
Coordenadora do grupo
de mães que oram pelos filhos
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