O sentido da vida sempre preocupou a humanidade. Por que vivo? Qual a
razão da vida? Qual o objetivo de viver? O grande filósofo grego Aristóteles já
perguntava: “Por que estamos aqui?”.
Mary Roberts Rinehart disse sobre o sentido da vida: “Um pouco de trabalho,
um pouco de sono, um pouco de amor e tudo acabou”. Edmund Cooke afirmou: “Nunca
vivemos, mas sempre temos a expectativa da vida”. William Colton: “A alma vive
aqui como numa prisão e é liberta apenas pela morte”. Douglas R. Campbell:
“Viver é um corredor empoeirado, fechado de ambos os lados”. Antoine de
Rivarol: “Viver significa pensar sobre o passado, lamentar sobre o presente e
tremer diante do futuro”. Charles Chaplin: “A vida é uma peça de teatro que não
permite ensaios. Por isso cante, dance, ria e viva intensamente cada minuto de
sua vida, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos”. O
célebre William Shakespeare: “Viver é uma sombra ambulante”.
Será que todas essas não são afirmações bastante amargas e desanimadoras
sobre o sentido da vida? Parece que todos falam apenas de existir e não de
viver verdadeiramente.
Nosso Senhor Jesus Cristo tocou no âmago da questão ao afirmar: “Eu sou
a Vida” (Jo 14,6). Por isso, o apóstolo São Paulo escreveu sobre o sentido da
sua vida: “Portanto, para mim o viver é Cristo” (Fl 1,21). Por essa razão
tamém, o apóstolo São João começou sua primeira epístola com as palavras: “O
que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos
próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao
verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos
testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos
foi manifestada)” (1 Jo 1,1-2).
Na tormenta da vida muita gente se questiona: “Qual o significado da
vida quando ela se torna amarga e cruel?”. Sem Jesus Cristo a vida é efêmera,
superficial, marginal, virtual e infernal. A vida sem a fé e a graça de Cristo
é toda tomada pelas trevas. O mundo engana a vida com falsos prazeres e o
resultado é o máximo do “sucesso vazio” e do “esquecimento”. Tudo se esvai no
final como areia entre os dedos. Por isso, dê ouvidos à voz do Senhor Jesus,
que resume o sentido da vida numa única frase: “E a vida eterna é esta: que te
conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo
17,3).
O vice-diretor do L’osservatore Romano, Carlo Di Circo, escreve: “O Papa
Francisco nos exorta a aprender a discernir os acontecimentos da vida e as
respostas mais apropriadas para curar. O Papa Francisco impele a Igreja a
respirar o Evangelho, afirmando no serviço pastoral o primado da misericórdia”.
Ensina o Papa Francisco: “Uma bela homilia, uma verdadeira homilia, deve
começar com o primeiro anúncio da salvação. Depois, deve fazer-se uma
catequese, mas o anúncio do amor salvífico de Deus precede a obrigação moral e
religiosa”. “Os ministros da Igreja devem ser misericordiosos. O povo de Deus
quer pastores e não funcionários ou clérigos de Estado”. “Temos necessidades de
reconciliação e de comunhão; e a Igreja é uma casa de comunhão” (L’osservatore
Romano, 29/09/2013, pp.18,19 e 24).
Realmente, precisamos de sacerdotes que façam o povo encontrar o real e
o sagrado sentido da vida no teor de homilias tomadas de paixão, bondade e
salvação das almas! O verdadeiro sentido da vida está na misericórdia do Bom
Pastor!
Com certeza, o nosso povo quer sacerdotes educados, amorosos,
prestativos, mansos, humildes, samaritanos, santos e etnólogos.
Padre Inácio José do
Vale
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