Quando vimos Maria sendo apresentada ao Senhor no Templo, também
pensamos o quanto nós precisamos assumir a nossa própria vocação, nossa
pertença a Deus.
Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a
vontade de meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha
mãe” (Mt 12,49-50).
Na liturgia de hoje, é com muita alegria que celebramos a festa da
memória festiva da Apresentação de Nossa Senhora. Conforme o costume judaico,
de acordo com a Tradição, Maria foi apresentada no Templo. Essa apresentação
tem um significado muito especial de entrega, de consagração, de pertença.
Maria nasceu para ser toda de Deus, para ser instrumento nas mãos d’Ele,
para colaborar na salvação da humanidade. Desde pequena, seus pais, Ana e
Joaquim, a levavam ao Templo para ser consagrada. Eles a educaram para que ela
crescesse na fidelidade de Israel, para que crescesse temente a Deus. Os pais,
com certeza, não sabem quais são os desígnios que foram reservados para essa
menina, mas eles tinham consciência de que a filha deles havia nascido para ser
do Senhor.
É obvio que, ao longo da história, ao longo de seu crescimento, Deus foi
se revelando a ela, até que, definitivamente, o Arcanjo Gabriel veio ao
encontro dela para lhe revelar a plenitude da escolha divina, o desígnio que
Deus tinha para ela.
Meus irmãos, quando vimos Maria sendo apresentada ao Senhor no Templo,
também pensamos o quanto nós precisamos assumir a nossa própria vocação, o
nosso próprio chamado a sermos cristãos, a assumirmos a nossa pertença a Deus.
Isso toca em nossa memória, de quando ainda éramos crianças, pois fomos levados
ao Templo, à Igreja para sermos batizado, para ser consagrados a Deus,
entregues à causa d’Ele.
Quando os padres ungem o peito de uma criança com o óleo catecumenal,
eles estão consagrando essa criança para que ela seja filho (a) de Deus. A
marca da unção está em nós, somos ungidos no peito e também na testa com o
santo óleo do Crisma para dizer: “Somos marcados para sermos propriedades do
Senhor”.
Se nós levássemos a sério o nosso batismo, seríamos como Maria nas mãos
de Deus: um instrumento eficaz para a salvação da humanidade. Cada um de nós
pode colaborar com Ele para que o mundo seja melhor, para que o mundo seja
salvo, para que conheça a redenção divina. Basta que levemos a sério o nosso
batismo, basta que cada pai e mãe tome consciência da educação cristã que
precisa dar a cada uma das nossas crianças a partir das águas batismais.
O batismo nos aponta a direção daquilo que Deus tem para nós.
Felizmente, hoje, não faltam crianças batizadas, o que falta são pais que
conscientizem seus filhos da missão, da consagração, da entrega que cada um de
nós assumiu a partir do nosso batismo.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
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