Com poucas palavras, na 1ª leitura, é narrado um dois acontecimentos
fundamentais da história de Israel: Davi é ungido rei e reconhecido como tal
por todas as tribos de Israel.
Nas palavras proferidas pelo Senhor a Davi, há dois elementos muito
interessantes: “apascentar” e “meu povo”. O estilo do reinado que Deus pede a
Davi é o pastoreio. Ser rei não é ser dono nem Senhor do povo, mas um
instrumento, servo do Senhor que tem a missão de conduzir este povo pelo
caminho da Aliança.
Lemos esta leitura na festa de Cristo Rei, porque o futuro descendente
de Davi, Jesus Cristo, também será ungido e estabelecerá uma aliança com a
humanidade.
Paulo, na carta aos Colossenses, resume em três pontos a obra salvadora
de Deus em Cristo: Deus nos fez participar gratuitamente da herança que havia
preparado para seu povo santo; ele nos tirou do domínio das trevas e nos
recebeu no Reino de seu Filho; ele os concedeu o perdão pela cruz de Cristo.
O Deus invisível é o Pai. Jesus é a imagem do Pai, sua visibilidade, sua
epifania, manifestação; por isso, quem vê Jesus, vê também o Pai. Só por Jesus
e em Jesus temos acesso ao conhecimento de Deus invisível, Deus vivo, que é o
Deus da vida e da história. O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó.
Jesus é o primogênito, pois não foi criado, mas gerado. Primogênito
porque é o herdeiro de todas as promessas e o primeiro entre muitos irmãos.
Primogênito, ainda, porque é anterior a tudo o que foi criado. Como Filho de
Deus, Jesus é da mesma natureza que o Pai.
Na cruz, Jesus é reconhecido como “Rei”: é condenado à morte de cruz
porque afirma “ser ele mesmo o Cristo, o Rei”, e este é também o motivo da
zombaria, “se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!”, e da condenação,
“este é o Rei dos Judeus”. Precisamente na cruz, Jesus comporta-se como Rei,
com a promessa segura e “real” que reserva para o malfeitor arrependido.
Neste contexto, temos o reconhecimento da realeza de Cristo por um dos
ladrões, que mostra acreditar em Jesus e lhe pede a salvação: “lembra-te de
mim, quando começares a reinar”. Santo Agostinho, no comentário ao Salmo 39,
alude a esta cena evangélica, e assim se expressa:
Alguns não o reconheceram quando fazia milagres, e ele(o ladrão) o
reconheceu quando estava na cruz. Tinha pregados todos os seus membros: as mãos
estavam sujeitas aos pregos, os pés estavam perfurados, todo o seu poço aderia
ao madeiro; não estava nenhum membro livre: só a língua e o coração – em seu
coração creu, com a língua fez profissão de fé. Jesus afirma que o paraíso tem
árvores de felicidade: hoje estás comigo no madeiro da cruz, hoje estarás
comigo na árvore da salvação.
Site da Diocese de Limeira
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