34º Domingo do Tempo Comum

Com poucas palavras, na 1ª leitura, é narrado um dois acontecimentos fundamentais da história de Israel: Davi é ungido rei e reconhecido como tal por todas as tribos de Israel.

Nas palavras proferidas pelo Senhor a Davi, há dois elementos muito interessantes: “apascentar” e “meu povo”. O estilo do reinado que Deus pede a Davi é o pastoreio. Ser rei não é ser dono nem Senhor do povo, mas um instrumento, servo do Senhor que tem a missão de conduzir este povo pelo caminho da Aliança.

Lemos esta leitura na festa de Cristo Rei, porque o futuro descendente de Davi, Jesus Cristo, também será ungido e estabelecerá uma aliança com a humanidade.

Paulo, na carta aos Colossenses, resume em três pontos a obra salvadora de Deus em Cristo: Deus nos fez participar gratuitamente da herança que havia preparado para seu povo santo; ele nos tirou do domínio das trevas e nos recebeu no Reino de seu Filho; ele os concedeu o perdão pela cruz de Cristo.

O Deus invisível é o Pai. Jesus é a imagem do Pai, sua visibilidade, sua epifania, manifestação; por isso, quem vê Jesus, vê também o Pai. Só por Jesus e em Jesus temos acesso ao conhecimento de Deus invisível, Deus vivo, que é o Deus da vida e da história. O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó.

Jesus é o primogênito, pois não foi criado, mas gerado. Primogênito porque é o herdeiro de todas as promessas e o primeiro entre muitos irmãos. Primogênito, ainda, porque é anterior a tudo o que foi criado. Como Filho de Deus, Jesus é da mesma natureza que o Pai.

Na cruz, Jesus é reconhecido como “Rei”: é condenado à morte de cruz porque afirma “ser ele mesmo o Cristo, o Rei”, e este é também o motivo da zombaria, “se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!”, e da condenação, “este é o Rei dos Judeus”. Precisamente na cruz, Jesus comporta-se como Rei, com a promessa segura e “real” que reserva para o malfeitor arrependido.

Neste contexto, temos o reconhecimento da realeza de Cristo por um dos ladrões, que mostra acreditar em Jesus e lhe pede a salvação: “lembra-te de mim, quando começares a reinar”. Santo Agostinho, no comentário ao Salmo 39, alude a esta cena evangélica, e assim se expressa:

Alguns não o reconheceram quando fazia milagres, e ele(o ladrão) o reconheceu quando estava na cruz. Tinha pregados todos os seus membros: as mãos estavam sujeitas aos pregos, os pés estavam perfurados, todo o seu poço aderia ao madeiro; não estava nenhum membro livre: só a língua e o coração – em seu coração creu, com a língua fez profissão de fé. Jesus afirma que o paraíso tem árvores de felicidade: hoje estás comigo no madeiro da cruz, hoje estarás comigo na árvore da salvação.


Site da Diocese de Limeira

Nenhum comentário: