As dimensões do testemunho – não esqueçamos que a palavra “mártir” significa originalmente “testemunha” – e da aliança marcam fortemente a celebração e as leituras de hoje.
A primeira leitura mostra uma Igreja em pé de testemunho, contado pelo autor dos Atos dos Apóstolos com elementos presentes na paixão de Cristo, talvez para lembrar que, de fato, o discípulo não é maior que o seu senhor. Ao mesmo tempo, mostra – e desta vez é o livro do êxodo que serve de inspiração – como Deus envia seu mensageiro para libertar Pedro.
A segunda leitura traz o que poderíamos chamar de testamento de Paulo, prestes a dar o seu testemunho. Entende seu martírio como a suprema oferta de si mesmo e como culminância do seu ministério, ao mesmo tempo que proclama como o Senhor o libertou e socorreu.
O evangelho revela o segredo destes dois testemunhos, tanto o de Pedro como o de Paulo: a fé em Jesus, reconhecido como filho de Deus. Tal como o martírio, esta fé é um dom do próprio Deus - “não foi um ser humano que te revelou isto, mas o meu Pai que está no céu” – ao mesmo tempo que se torna a suprema forma de felicidade: “feliz és tu...”. Assim compreendida, a fé manifesta a dimensão de aliança que une indissoluvelmente o discípulo ao Senhor e o Senhor ao discípulo.
Mais do que obras, a contribuição destes dois apóstolos está na totalidade com que viveram o discipulado de Jesus e na aliança que estabeleceram com ele. É por isto que são chamados de colunas da Igreja.
Nesta celebração, como festa da aliança, estreitemos nossa intimidade e compromisso com o Senhor Jesus, a testemunha sempre fiel. Na memória da fidelidade dele, e renovados pelo testemunho dos santos apóstolos Pedro e Paulo, encontremos energia e força para continuar a obra que começaram!
Retirado da Revista de Liturgia
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