Neste quarto domingo da
quaresma, já podemos alargar um pouco mais os nossos passos, pois já temos uma
visão clara do caminho que temos pela frente!
Aprendemos muito nesta
nossa caminhada de preparação para a Páscoa, mas ainda há muito que aprender,
afinal, precisamos aprimorar na fé!
A liturgia deste tempo
Quaresmal, nos possibilitou um aprofundamento maior na palavra de Deus, a
mergulhamos no mistério do seu amor, um
amor que ultrapassou todos os limites, que não levou em conta as nossas
ingratidões!
A realização plena do
homem sempre foi e sempre a prioridade de Deus, Ele provou isto, investindo
alto no resgate deste bem que lhe é precioso, permitindo que o seu Filho pagasse com a vida o preço da nossa liberdade.
Aproveitemos estes dias
que nos separa da grande Festa da vida, para revisar o quanto há de luz e
sombras em nossa vida, pois ainda há
tempo de abandonarmos tudo que nos distancia da Luz!
No evangelho de hoje,
vemos que os fariseus e mestres da lei, criticavam Jesus
por Ele acolher os pecadores, como se eles não fossem pecadores também!
Em resposta a essas
criticas, Jesus conta-lhes uma parábola conhecida, como a parábola do filho
pródigo.
A história nos mostra com detalhes, a conduta
de dois filhos e a atitude misericordiosa de um pai, diante à ingratidão do
filho mais novo e a dureza de coração do filho mais velho.
É interessante
observarmos, que o Pai, da história, não interfere na decisão do filho mais
novo quando ele decide sair de casa tomando um rumo diferente do irmão mais
velho. A postura deste pai, que não impediu que o seu filho fizesse a sua
escolha, vem nos falar de Deus, Deus também é assim conosco, Ele nos deixa
livres para fazermos as nossas escolhas, não interfere nas nossas decisões!
Na história, fica
evidente, a paciência de um pai que ama, que não desiste do filho, que espera
dia pós dia com os olhos fixos no caminho a volta do filho que havia se
enveredado por caminhos contrários.
A repreensão, deste pai,
ao filho mais velho que sentiu enciumado em relação ao caloroso acolhimento ao
irmão mais novo, que volta pra casa depois de gastar futilmente os seus bens,
vem nos falar da misericórdia de Deus, Deus ama a todos igualmente sem
distinção!
O propósito de Jesus,
ao contar esta parábola, era mostrar aos fariseus e mestres da lei, a atitude
de Deus diante as nossas imperfeiçoes, o seu olhar de Pai, é um olhar de
misericórdia, um olhar que vê a pessoa e não o seu pecado!
Sabemos que são muitos
os que estão sobre a terra, mas que se sentem soterrados, pessoas que pagam um
preço muito alto pelos seus erros, assim com o filho mais novo da historia,
pagou. E quantos de nós, que dizemos seguidores de Jesus, temos a mesma atitude
do filho mais velho, ao invés de acolhermos estes irmãos, contribuímos para que
eles se percam cada vez mais com a nossa indiferença, com o nosso preconceito,
não lhe dando sequer uma chance para que ele retome o caminho da vida!
Precisamos ter um
coração misericordioso, semelhante ao coração do Pai, um coração aberto para
acolher aqueles que erraram, mas que querem redimir-se, o que não significa
concordar com os seus erros e sim, acreditar que uma pessoa criada a imagem e
semelhança de Deus, é merecedora de uma nova chance para refazer a sua
vida.
Enganamos quando
pensamos que somente aquele que se dispersou e que aos nossos olhos se afastou de
Deus, são os necessitados de conversão, todos nós somos necessitados de
conversão, até mesmo os que se consideram bons, como o filho mais velho da
parábola!
Para Deus, não existe
caminho sem volta e nem ponto final para uma história de amor iniciada na
criação.
O amor tem uma força
irresistível, é caminho que traz de volta àquele que dispersou! Sejamos, pois,
a força deste amor na vida do outro!
Blog Homilia Dominical
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